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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

OPINIÃO: Apodi na contra-mão da História e da Cultura



Casarão da rua João Pessoa - Apodi/RN

Novamente estou eu aqui a bater na mesma tecla. Estou eu aqui a querer, não porque queira ser vista mais que outros, nem por querer um dia ingressar na política - não penso nisto neste momento - mas por querer explodir dentro e fora de mim uma lágrima de lamento, de dor, de sofrimento por ver tanto de nossa história se perder; tanto de nossa cultura desaparecer e de perceber que mesmo aqueles que sabem e presenciam e que podem fazer algo se comportam como Pilatos. 

Apodi tem andando na contra-mão de seu trajeto histórico-cultural há séculos.

O único que se dispôs até aqui a publicar um pouco de nossa história, fez isso tendo que enfrentar os ventos dessa voluntária "vontade de não fazer" daqueles que detinham o poder. Todos sabem que Valter de Brito Guerra para publicar seus livros contava apenas com a ajuda de amigos e pessoas que queriam ver a história sendo registrada. 

A cidade é histórica, há (ou havia?) casarios antigos que fazem parte de todo o trajeto do município que, de aldeia passou a vila e desta a cidade. Mas, a cada passo que se dá, nada disso importa para os que detêm o poder nas mãos. Vai-se tudo por água abaixo, enquanto o dinheiro público é gasto por alguns poucos que ficam de "braços cruzados", só olhando as voltas que damos na contra-mão da história. 

Poucos falam, esperneiam e se dispõem a discutir; e entre estes ainda aparecem os defensores do descaso, simplesmente porque, de costas ou de frente dão uma bicada no bolo doce do poder. 




Comentários relacionados à demolição do Casarão da João Pessoa, extraídos do Facebook 



Cultura por aqui tem outro significado. É preciso matar o passado, para poder viver um presente de grupos específicos; porque pouco importa o que vai ficando velho. Isto não tem valor. Bom mesmo é dançar ao som de tudo aquilo que é novo e abandonar a memória daqueles que vivem mais um pouquinho.

E quem disse que andar correto na direção que sequencia o passado e o presente de um lugar precisa ser vivido aqui? Não! Nós somos independentes o suficiente para, a cada gestão pública "desmanchar" tudo e começar do zero, porque é assim que caminha o desenvolvimento. Ah, o desenvolvimento baseado no cultivo sombrio do pensamento retrógrado de que: "Quem não me bajula não sabe de nada". 

E vamos assim caminhando para o Sul, enquanto o mundo encantando de Alice Caminha para o Norte. Vamos ficar esperando a derrubada da vila que fica ao Oeste. 


Por Mônica Freitas 

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