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terça-feira, 25 de abril de 2017

Famílias indígenas de Apodi são vacinadas contra a gripe


Pela primeira vez, durante os 04 anos de existência do Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi (CHCTPLA), as 50 famílias indígenas que fazem parte desta associação foram contempladas com o Direito à Vacinação contra Gripe. A vacinação foi inciada hoje, terça-feira, 25 de maio de 2017, momento em que mais de 50 indígenas, entre idosos, jovens, adultos e crianças forma vacinados por uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde. 

Aqueles indígenas que não puderam vir até o Museu do Índio nesta tarde para vacinar-se, fomos avisados pela equipe que podem, a partir de amanhã procurar o Centro de Saúde (antigo SESP), para receber a vacinação.





Grupos indígenas são contemplados com o direito à vacinação por pertencerem a grupos tradicionais da formação étnica do Brasil. Os apodienses pertencem à Tribo Tarairiu, conhecida popularmente por Tapuia, que no Rio Grande do Norte se subdivide em vários grupos: Payns, Janduy, Monxorós, Kanindés, Icós, Paiacus e outros. Em Apodi a denominação é Tapuia Paiacu. Os indígenas estão associados em uma entidade filantrópica que, após reunir cerca de 50 famílias que se autoafirmam por meio de relatos genealógicos tentam resgatar a história e seus direitos enquanto primeiros habitantes da região. 


Por Mônica Freitas 

domingo, 23 de abril de 2017

(SAÚDE FEMININA) ATENÇÃO ÀS DST EM MULHERES

Várias são as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) que as mulheres podem contrair e muitas vezes nem saber que estão doentes. Isto porque, a manifestação dessas doenças em mulheres, na maioria das vezes fica inibida, devido a estrutura do aparelho reprodutor feminino. Por isso é importante saber quais são as características de cada uma, a fim de serem melhor reconhecidas. 

Vejamos nos quadros, como se caracterizam as DST mais comuns em homens e mulheres no Brasil. 


Quadro extraído do artigo de autoria de Wilza Vieira Villela e Valdir Monteiro Pinto.
(Clique na imagem para ampliar) 

Precisamos reconhecer cada doença, para poder lutar pela nossa saúde sexual. Elas não podem ficar sentadas no lugar de prima pobre, diante do privilégio que se tem dado às demais doenças que acometem as mulheres, analisam os autores do quadro. 


Escrito por Mônica Freitas 

(POESIA) Leve Lê




Sem nem tocar a glote para emitir qualquer som
Assim faz-me o pensamento do leve lê
Os olhos da mente se abrem mais que os do rosto
As pálpebras se arreganham como pernas e quedas feias 
Esconde-se o espaço entre pestanas e sobrancelhas 
É a minha forma de observar, de sem falar, vê


É uma astuta leveza do ser que não quer zoar 
E com o som da voz incomodar e incomodar-se
Mas isso não lhe impede da vida perceber 
De ver o brilho que muitos imaginam ter
Se esvair no conto da imaginação do seu falar 
E assim prosseguir, continuar sem visualizar-se

O leve lê é aprendido ao longo do tempo infinito
É traçado como se fosse uma (des) percepção 
Vivificado pela leitura de mundo, mediado pela frieza
É acordado pela batida pesada das revoltadas palavras 
Em um momento que permanece só as farpas do atrito
Que mancham a alma, o corpo, a vida e seu coração. 

O leve lê sem fala escuta, fala em tom silenciado
Corre, pensa, planeja, se cala, se faz de santo
Parece aguentar os fortes beijos do ódio
Da ambição, da luxúria, da inveja, do poder
Não cede, permanece de beleza interior inebriado 
Sem jogar ao léu as pedras preciosas do seu encanto.


Mônica Freitas 


sábado, 22 de abril de 2017

FALECE DR. MILTON MARQUES




Foto extraída do Mossoró Hoje. 


Acabo de receber a notícia do falecimento do Dr. Milton Marques de Medeiros, médico, ex-reitor da UERN e proprietário do Sistema Oeste de Comunicação, que inclui a TCM e a Rádio Vale do Apodi.

Há dias que foi divulgada a notícia de que o referido médico estava internado na UTI do Hospital Monte Klinikum em Fortaleza, acometido de uma infecção misteriosa.

Esperemos a confirmação de como tudo ocorreu.


terça-feira, 18 de abril de 2017

(POETANDO) Gênese Tapuya


Antes do começo estavam ali:
Aquele silêncio vivo, entoado de cantos naturais
Aquelas águas tão lindas, tão maternas
De ares tão perfumados, de ventos que já não são iguais
Aquelas meninas, mulheres e moças primevas
E os homens, que tanto andavam? Os nossos originais?

Como disse o historiador
“Que o silencio e a paz reinavam às margens do Itaú
Que para cima e para baixo andava e ali vivia
Aquele povo valente que tinha o corpo nu
Que corria da chapada para as margens da lagoa
Um povo denominado de Tapuia Paiacu"

Dessa tribo que na verdade era a Tarairiú
Nascemos e demos origem ao nome Apodi
Não fomos tão resistentes como foram os do Norte
Pois nossa flora tão rala, não nos permitiu fugir
Mas mesmo com a mistura, ainda estamos aqui.

Nós somos filhos da terra, nós somos filhos da luta
Dentro de uma história que tentou nos encobrir
Somos da raça tapuia, que o Nordeste habitou
Somos os primeiros povos, que pisou no Apodi
E nossa terra, nossa gente ainda vive aqui.

Mônica Freitas

terça-feira, 4 de abril de 2017

(GESTÃO) Prefeitura Municipal de Apodi, através da Secretaria da Mulher e da Igualdade Racial consegue atender cerca de 1.500 mulheres




Apodi é um município que tem a população feminina em número maior do que a masculina. Segundo o IBGE, dados do Censo 2010, temos uma população formada por 50.02% de mulheres e 49.98% de homens. Pois bem, pensando na população feminina, a Secretaria Municipal da Mulher e da Igualdade Racial realizou diversas atividades durante o mês de março e conseguiu atingir cerca de 1.500 mulheres com as ações. 

Asa atividades contemplaram homenagens que são pertinentes ao Mês da Mulher, devido à data de 08 de março ser comemorado o Dia Internacional da Mulher. 

A campanha denominada de Março Lilás, trabalhando o tema A MULHER TRANSFORMANDO ESCOLHAS, trabalhou o mês inteiro com atividades como: palestras, eventos culturais e disponibilidade de assistência à saúde integral da mulher, bem como atendimento jurídico, para aquelas que necessitavam de orientação. 

Como o órgão está trabalhando sem orçamento, pelo fato de ter sido desativado na última gestão, tudo foi planejado para a realização de um trabalho por parcerias. Alguns outros órgãos da gestão municipal foram parceiros: Secretaria de Promoção e Assistência Social, Secretaria de Educação e Cultura, Secretaria de Esporte e lazer e Secretaria de Saúde. Além disso, a ONG GASPEC e também o órgão de Controle das políticas para as mulheres o Conselho Municipal de Direitos das Mulheres (CMDM) também formaram parcerias para a realização das atividades.  

A palestra proferida pela advogada Amélia Freire, por exemplo, foi articulada pelo CMDM. 

Foi realizado o evento de reativação a secretaria e também em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, 05 palestras e, quanto à assistência à saúde integral: 100 exames preventivos conseguidos pelo GASPEC com o SESI em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria da Mulher; 60 consultas médicas, 30 atendimentos com nutricionista, 30 atendimentos odontológicos, 10 atendimentos psicológicos, 10 atendimentos jurídicos. 

Por Mônica Freitas 

domingo, 2 de abril de 2017

(EDUCAÇÃO, CULTURA E LITERATURA) Terra Brasilis


Mais um texto que faz parte do resultado de um trabalho realizado em sala de aula, durante o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa e suas Literaturas. A sequência didática teve início com a apresentação de seminários de leitura de textos literários por turmas de 1º Ano do Ensino Médio do Instituto Federal de Educação e Tecnologia - Campus Mossoró/RN, abrangendo, desde a literatura trovadoresca à Árcádia Brasileira. Na sequência, elegemos a temática da Literatura de Viajantes e de Catequese para a realização de um debate (como atividade de produção oral) e um texto em forma de artigo, nos quais fossem defendidas teses acerca dos efeitos da Colonização no Brasil. Os alunos teriam que deixar claros resultados para o colonizador ou o colonizado. Tudo com base na leitura de textos literários. 

Os melhores textos, prometi postá-los aqui no blog. Eis aí o segundo texto escolhido como um dos melhores:


Pedro Duarte Costa 

TERRA BRASILIS


Os estrangeiros, eu sei que eles vão gostar
Tem o Atlântico, tem vista pro mar
A Amazônia é o jardim do quintal!
[...]
Nós não vamos pagar nada
Nós não vamos pagar nada
É tudo Free,
Tá na hora agora é Free,
Vamo embora
Dar lugar pros gringo entrar”


Os trechos acima pertencem a canção “Aluga-se” do célebre cantor Raul Seixas, que define (de forma irônica) um período da história do do nosso país que nos definiu enquanto nação e sociedade: a colonização. No período das Grandes Navegações, Portugal e Espanha despontavam como potências marítimas, lançando diversas empreitadas ao mar e conquistando territórios por todo o globo, notadamente a América, único continente que ainda não estava integrado ao “mundo conhecido”. Liderados por Pedro Álvares Cabral, os primeiros europeus desembarcaram no nosso país no ano de 1500 e assim se iniciou o processo de colonização do nosso país, perdurando por mais de 300 anos, influenciando até hoje o modo como vivemos e a realidade da nação.

 Inicialmente pouco relevante para a metrópole, a colônia brasileira ganhou importância após a perda do monopólio português sobre as especiarias indianas, iniciando assim um efetivo controle sobre o território que hoje forma o Brasil, com a criação do Governo Geral e a implantação do modelo de produção plantation. Ficou claro que Portugal visava sua colônia como fornecedora de matérias-primas, como é observado na exploração do Pau-Brasil, primeira degradação ambiental do país que devastou a Mata Atlântica, um rico e diverso bioma que hoje possui apenas 7% da área original. A cana-de-açúcar foi um dos sustentáculos da economia colonial do século XVI, definindo a afirmação do modelo latifundiário que até hoje predomina no setor primário e que é a base do agronegócio nacional: extensas propriedades de terra tendo uma única cultura cultivada sob o mando de poucas famílias, objetivando a importação, em detrimento de pequenos agricultores, que sofrem com a falta de infraestrutura, incentivos governamentais e com a concorrência das grandes empresas, além dos inúmeros trabalhadores que lutam pelo direito à terra.

 A centralização do poder e a existência do pacto colonial levaram a um retardamento do progresso econômico brasileiro: a indústria, proibida pelo governo português, só foi implantada no século XIX e se consolidou no século XX; a agricultura foi durante a maior parte da história do país a base da economia, tornando a macroeconomia sensível aos mercados externos e as crises climáticas e condições naturais; os produtos manufaturados só podiam ser importados da metrópole sob uma carga de tributos altíssimo. A descoberta do ouro e outros minerais preciosos no século XVII serviu apenas aos interesses da monarquia, não trazendo nenhum benefício para as regiões mineradoras.

 Uma das mais graves consequências da sangrenta colonização foi o extermínio dos povos indígenas e o desaparecimento da cultura nativa. Os portugueses em um primeiro momento iniciaram a sua escravização, levando milhares as mortes devido a mudança abrupta no seu estilo de vida e brutalidade dos europeus que possuíam tecnologia militar mais avançada não hesitando em realizar massacres. As transmissões de doenças oriundas da Europa também contribuiu para a dizimação dos povos nativos, que foram submetidos as hostilidades europeias como o fato de mulheres indígenas terem se tornados concubinas e submetidas à estupros. Mesmo contando com a proteção da Igreja, que era uma ferrenha adversária da escravização indígena (como se observa na ação da poderosa Companhia de Jesus), os indígenas viram sua cultura desaparecer pois os missionários exigiam uma conversão total, renegando as tradições, práticas e costumes dos chamados “gentios”, forçando-os a adotarem o cristianismo e o estilo de vida dos povos da Europa. Estima-se que no período pré-Cabral existiam mais de 5 a 10 milhões de índios que falavam mais de 1500 línguas. Hoje restam apenas cerca 800 mil brasileiros que se declaram índios e pouco mais de 300 idiomas nativos, uma verdadeira catástrofe socio-cultural. Esse tratamento dado aos índios até hoje influenciam uma cultura preconceituosa e estereotipada, sendo que muitos negam o legado indígena e sua contribuição para a formação da nação brasileira.

 Uma das características mais brutais da colonização da portuguesa foi a escravização dos africanos. A resistência indígena e os protestos da Igreja levaram a Coroa a recorrer uma mão-de-obra muito mais produtiva e lucrativa: o negro africano. Milhões cruzaram o Atlântico e foram submetidos as mais vis condições, eram tratados como objetos: eram vendidos, castigados, estuprados, etc. A economia baseada na escravidão foi um baluarte do país até o final do século XIX e somente na década de 1940 é que se estabeleceu a mão de obra livre e assalariada, base de uma economia moderna. A escravidão deixou traços que até hoje marcam a sociedade brasileira: o preconceito racial e exclusão dos negros é uma grave problema que o Brasil ainda enfrenta. Joaquim Nabuco afirmou que, mesmo depois da Abolição, “a escravidão permanecerá durante muito tempo como característica nacional do país”.

 O modelo lusitano de colônia de exploração resultou em um Estado burocratizado e pouco funcional que hoje é um verdadeiro tormento na vida dos cidadãos. Sua letargia em responder aos problema sociais, políticos e econômicos gerou a grave situação social presente no nosso país. O Estado brasileiro já foi descrito como “cliente das elites” devido o seu domínio pertencer as mais importantes classes brasileiras: branca e rica. Um restrito número de pessoas possuem a maior parta da riqueza e controlam a educação, extremamente defasada e subserviente aos seus interesses (forma mão de obra barata e servil), a mídia (parcial e alienadora), política (oligárquica e corporativista, propiciando o surgimento da corrupção) e as leis (branda com os poderosos e rígida com os pobres). A inércia dos governantes reflete na triste realidade social que impera pelo Brasil, produzindo assim altos índices de violência e péssimos serviços públicos.

 Por fim, constata-se que a colonização do Brasil por Portugal, exploradora, sangrenta e brutal, resultou em uma série de consequências que persistem até atualidade. Um verdadeira violação do mais fundamental, humano e natural dos direitos: a liberdade e a autodeterminação, como bem expressou o estadista norte-americano Thomas Jefferson na Declaração de Independência dos Estados Unidos:

“Todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade”.


PEDRO DUARTE COSTA é aluno do curso de Eletrotécnica do IFRN - Campus Mossoró/ RN