PROIBIDO COMENTÁRIOS ANÔNIMOS

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domingo, 24 de dezembro de 2017

(O CASO DA APAMI) UMA ANALOGIA AO VALE DE OSSOS SECOS


Imagem extraída do site
http://www.atendanarocha.com/2017/06/a-esperanca-renascida-no-vale-de-ossos.html

São 37 famílias desempregadas com o fechamento da unidade de atendimento da Maternidade Claudina Pinto. Algumas pessoas eu conheço e sei da situação.

Há pessoas que têm mais de 20 anos de serviço prestado ali e justamente estas, em sua maioria, foram as mais prejudicadas. Na vida delas, além do salário, está o sentimento que se consolida quando estamos ligados a uma instituição pelo trabalho; mesmo a gente sabendo que um dia temos de nos aposentar, a saída para uma aposentadoria ou porque decidimos deixar nossas atividades é MUITO diferente de quando saímos porque sabemos dos motivos sórdidos que envolvem a história. Principalmente quando envolve brigas por PODER POLÍTICO.

Pergunta que não quer calar: alguém, por algum momento, pensou nesse povo e na situação como um todo?

Não muito longe estão aquelas mulheres que ainda se arriscam, em tempos tão difíceis, a trilharem o caminho de serem mães. Apesar de sabermos que a APAMI, há muito tempo não era aquele lugar tão seguro para o parto, a não ser quando este é normal, ali estava montado o ponto de apoio mais importante para o diagnóstico situacional da gestante, seja nos momentos prévios ou no próprio tempo de colocar seu filho no mundo. Era dali que saiam os encaminhamentos necessários para outras instituições credenciadas ao SUS, mesmo em outras cidades.

Pergunta 2: vão usar a situação extrema de uma mãe em trabalho de parto (que Deus livre de acontecer) para justificar essa trincheira premeditada?

Essa situação traz todos os ODORES mais nojentos juntos ao nosso nariz.  Inventando uma expressão: FEDEM TODAS AS CATINGAS JUNTAS.

Dentro do peito, um nó, ora de tristeza e angústia, ora de indignação por saber que no meio da roda estão pessoas que pregam tanta palavra bonita, enfeitada, estetizada, colorida pela harmonia que o mundo anseia diante de tanta violência, corrupção e desamor, até a palavra da bíblia. Aí se revelam nesse momento como um VALE DE OSSOS SECOS (Ezequiel, 37).

A nossa esperança é que a mão do Senhor faça com que se criem nervos, coração, pele, carne e músculos nesses ossos, para que possa surgir a VIDA; e assim, se repense as atitudes e maquiavelices políticas a fim de sobressaírem como HERÓIS, para chegarem ao cerne da questão: O BEM-ESTAR DO POVO É MAIS IMPORTANTE, independente de objetivos politiqueiros.



 Por Mônica Freitas 




quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Escola Estadual de Itaú desenvolve projeto de estudo sobre correspondências e serviços dos Correios.

A Escola Estadual Francisco Pinto, situada no município de Itaú, a partir do trabalho pedagógico com os saberes curriculares vinculados à disciplina de Língua Portuguesa, trabalhou durante dias letivos do 4º bimestre do ano letivo de 2017, o Projeto Pedagógico intitulado de "Cartando". 


As atividades fazem parte do rol de projetos que foram planejados através do Projeto de Inovação Pedagógica (PIP), promovido pela Secretaria de Estado da Educação do Rio Grande do Norte (SEEC/RN), sendo que o projeto Cartando foi idealizado pela professora Mônica Freitas, titular do componente curricular de Língua Portuguesa. 

O referido projeto teve como objetivo principal levar aos alunos conhecimentos acerca dos diversos tipos de correspondências, desde à carta pessoal simples, ao E-mail e as mensagens enviadas por meio de aplicativos eletrônicos. 

Os estudos incluíram atividades de exibição de filmes: Carta para Deus e Central do Brasil. Exposição de vídeos, aulas sobre os diversos tipos de correspondências e também da tradicional carta pessoal. Todos tiveram oportunidade de ler, discutir e escrever cartas, preencher envelopes e ter contato com o conhecimento sobre como são os procedimentos de produção e escrita de cartas, correspondências eletrônicas e mensagens instantâneas. 

Os alunos tiveram também a oportunidade de visitar, neste dia 06 de dezembro, a Agência dos Correios da cidade de Itaú, com o objetivo de vivenciarem uma aula prática, ministrada pela funcionária que gerencia as atividades da instituição. 



A aula contou com explicações sobre como funciona no geral uma unidade dos Correios, o que pode ou não ser enviado através de postagens e quais serviços relacionados com outras atividades diárias podem ser realizados pela ECT, como é o caso de pagamentos de contas e saques de dinheiro. 


Os alunos também tiveram a oportunidade de postar cartas pessoais que foram produzidas na sala de aula durante a realização do projeto. 



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

OPINIÃO: ENEM de 2017/2018 perde o foco e erra feio

Neste domingo, dia 05 de novembro foi dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Uma das provas mais concorridas desta avaliação é a discursiva, que todos os anos traz uma temática de relevância social para ser problematizada, dissertada e ao mesmo tempo para o candidato apresentar uma proposta de intervenção com ações que podem  ser utilizadas para a resolução dos problemas. 

Pois bem, este ano, com relação ao tema de redação, esperava-se diversas temáticas de relevância, nestas incluindo-se assuntos relacionados à inclusão. E de fato este foi realmente abordado, porém, de forma surpreendente até para muitos especialistas da educação, visto que, a proposta de redação aborda exatamente a questão da formação do aluno surdo, assunto distante das salas de aula de ensino médio, onde está o público alvo do exame. Segundo profissionais da área de educação, o tema não contempla a proposta do ENEM. 

Aqui apresentamos a opinião do professor Dr. Gilton Sampaio de Souza, professor da UERN - CAMEAM, Pau dos Ferros/RN. Dr. na área de Letras. 


O ENEM trouxe um tema técnico, que seria bom para os profissionais da educação e não para concluintes do ensino médio. Por isso, perde elementos de sua finalidade específica de avaliar a capacidade de escrita e de raciocínio lógico do aluno que pretende entrar numa universidade.

O tema da redação é necessário e importante para o Brasil atualmente. Para as políticas públicas da educação básica e superior. Mas foi incoerente e inadequado para uma prova do ENEM. A própria prova do ENEM seria reprovada (caso submetida à avaliação), como redação, por não ter coerência tema e objetivos do exame. 

O tema envolve a discussão sobre surdez, educação de surdos e formação educacional, que podem ter, como subtemas, 
(i) inclusão;
(ii) formação educacional de minorias;
(iii) problemas estruturais das escolas  para usuários de LIBRAS/surdos;
(iv) problemas para os surdos em provas como a do ENEM, cujos conteúdos e metodologias são inaquados e inspirados nos ditos alunos normais; e
(v) os desafios da formação educacional dos surdos na rede pública e privada de ensino: *quais escolas privadas e públicas de educação básica têm intérpretes, tradutores e/ou porfessores de LIBRAS, para atender os surdos?,*entre outros.

Mais uma questão: os desafios para uma formação educacional de surdos é tema de domínio de alunos do ensino médio? 

Nem nós, profissionais das Letras, que somos em grande parte os maiores responsáveis pela formação dos surdos, especialmente na área de LIBRAS, não dominamos bem esse tema. São muitas as variáveis envolvidas. Para escrever sobre ele, precisaríamos anos umas pesquisas.

O tema do ENEM foi inadequado aos propósitos primeiros do próprio ENEM e chega a ser cômico pela incoerência entre a temática técnica e o público-alvo da prova.

(Por Gilton Sampaio de Souza)

domingo, 5 de novembro de 2017

E DA NOSSA CORRUPÇÃO, NINGUÉM FALA?


Se sairmos à rua entrevistando cada brasileiro sobre "corrupção política", cada um que responde terá um nome a apontar. Talvez Lula, Temer, Cunha, etc. etc. etc. Mas, quantos de nós se dispõe a dizer que faríamos o mesmo se estivéssemos alcançado o posto de um desses? Muitos, tenho certeza porque já ouvi alguns dizerem que "FARIAM O MESMO". E se fariam, a discussão só pode se limitar em defender o seu candidato ou seu político preferido.  Desconfio que seja isto que ocorre no Brasil. 


Acessar redes sociais é o primeiro exemplo prático de que nosso povo apoia a corrupção. Muitas das discussões empreendidas, das notícias divulgadas, dos fatos demonstrados são simplesmente com o objetivo de 'refazer' a imagem de um fulano qualquer para concorrer a eleição em 2018. Sim, falo fulano qualquer porque quase todos são já veteranos na política. Pessoas que fizeram a vida com o discurso político e a eleição. E poucos, mas poucos mesmo têm o que dizer quando se trata de ter feito alguma coisa em benefício do povo.

Em um momento que se necessita, prioritariamente, discutir sobre o perfil do candidato para presidente, governo de Estado e para o poder legislativo nacional e estadual, que a situação atual é uma vergonha, adianta-se a discussão para temas que nem se tem um direcionamento ainda preciso para resolver os problemas. Não que isso não possa ser discutido, claro que é necessário. Mas, estamos deixando de lado a discussão sobre selecionar, não um partido (porque todos têm um "q" de podridão, precisam passar por uma limpeza), mas uma PESSOA, com certo perfil, adequado, que dê conta de olhar com mais profundidade para os problemas que nos afligem, sem apontar soluções imediatistas. Atentamos para a compreensão de que, tantos problemas profundos, alimentados em séculos (não é coisa de anos), precisam ser tratados com cuidado. E certamente não terão soluções imediatas. 

É de Educação, Saúde, Segurança social que falo. Não falo aqui de problemas que se relacionam com a ambição do mais rico se tornar mais rico ainda, nem do que é militar ter seu anseio de poder matar a torto e a direito porque se acha competente para isso ao ocupar um posto na segurança nacional. Também não falo das crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos que já têm acesso a boas escolas, planos de saúde que garantem um atendimento adequado. Nem dos que moram em apartamentos situados em condomínios de segurança máxima e que quando saem de casa estão rodeados de seguranças em carros que às vezes são até blindados. 

Falo aqui, dos que estão na rua. Sim. Daqueles que trabalham muito e ganham pouco. Falo de todas as pessoas que são vulneráveis aos problemas sociais que assolam o nosso cotidiano: a falta de cumprimento às leis da segurança, de atendimento à escola de qualidade, de cumprimento à legislação do SUS, de tantas outras políticas que estão postas em Lei, mas não são efetivamente cumpridas. E para mim, isto é o que tem afetado profundamente o nosso estado social. 

E por fim, falo de tudo isso porque sei que todos esses políticos velhos, que hoje incentivam a guerra do povo, querendo dividi-lo, estimulando a discussão entre direita e esquerda, entre partido A com partido B, de candidato este com aquele, excluindo da discussão o apontamento de que eles já fazem parte da política há anos e nada fizeram até aqui, são personagens que saíram do seio da nossa sociedade. A maior tristeza é detectar que foi do NOSSO MEIO que eles saíram. Então, quem de nós se atreve a refletir que somos nós os corruptos? Que primeiramente NÓS, precisamos  mudar? Que esse sonho de um país sem CORRUPÇÃO,só pode se realizar se nós tivermos a marca da HONESTIDADE? 

Atentemos!
O caráter de uma nação saudável se faz pelo perfil do seu povo. 

Por Mônica Freitas 



sábado, 4 de novembro de 2017

A SITUAÇÃO DA APAMI DE APODI: UMA REFLEXÃO SOBRE A CONDIÇÃO DE ASSOCIAÇÃO

Maternidade Claudina Pinto - Imagem extraída do blog Tude de Apodi. 

As Associações se constituem legalmente da “união de pessoas que se organizem para fins não econômicos” (Art. 53 do Código Civil, 2002). Desta forma, dois elementos se destacam na formação de uma Associação: a união de pessoas e os fins não lucrativos.
As Associações podem ser: altruística, quando se trata de associação beneficente, esportiva ou recreativa; egoística, quando é uma associação literária ou de colecionadores; econômica não lucrativa, quando engloba socorro mútuo, associação de bairro, dentre outras (FRANÇA; ANDRADE et al., 2015). Parece que a APAMI se inclui na qualidade de “econômica não lucrativa”.
Outro detalhe importante, as Associações, independente dos objetivos, segundo o Código Civil (2002) necessitam de um ESTATUTO, considerado instrumento principal da instituição. É nele que estão todas as regras, direitos, deveres, incluindo-se a menção às origens dos recursos que vão ser utilizados para a manutenção. Outro aspecto relevante nesse instrumento é o regulamento para a admissão, exclusão e demissão dos associados.
Em suma, uma Associação é entidade direito público subjetivo, por “permitir a união voluntária de algumas ou de várias pessoas, por tempo indeterminado, com o fim de alcançar objetivos lícitos e sociais” (FRANÇA; ANDRADE et al., 2015, p. 22).  Tudo que ocorre no âmbito de uma Associação, é decidido pelas pessoas que estão incluídas como associadas. É preciso que se saiba que são esses indivíduos que decidem, observando o ESTATUTO, os caminhos da entidade: formam a diretoria, organizam eleições, assembleias, mobilizam-se em torno dos problemas e buscam soluções.
Acredita-se que a APAMI, sendo uma Associação, tenha esse ESTATUTO, e que nele deve haver menção a tudo isso e aos recursos que geram receita para a sua manutenção. Ao meu ver, tal instituição somente funcionou SEM CONFUSÃO até o final do ano de 2012. Sim, porque em 2013, logo no início foi INTERDITADA pelo Ministério Público porque estava passando por dificuldades para pagar funcionários e investir nos atendimentos aos PARTOS, que é o principal serviço público prestado pela referida associação, além do atendimento pré-natal e outros.
O fato é que, estando incluída nos pressupostos de uma Associação, a maternidade de Apodi tem como principal origem de recursos, os valores repassados pela Prefeitura Municipal, que sendo um ente público, não pode repassá-los sem que os devidos padrões oficiais de controladoria sejam elaborados e cumpridos.
Enfim, para o repasse de dinheiro da prefeitura para a APAMI, é necessário que exista, em primeiro lugar a celebração de um CONVÊNIO, documentado, porque legalmente, discursos ORAIS não valem. E isto deve ser feito para que hajam meios de a Associação fazer as devidas prestações de contas, porque estas são necessárias, tanto à própria entidade, que se não as fizer se torna uma instituição ILEGAL, quanto para quem fornece os recursos, que sendo uma GESTÃO PÚBLICA, precisa controlar os seus gastos e ser transparente quando ao uso do recurso público.
Mas, o caso do “DESCASO” e da NOVELA ocorrida com a APAMI de Apodi, parece não ser tão simples de se compreender (ou será que é?). Bem, tenho tentado ler com olhos de “Drone”, e de vez em quando vejo algumas coisas que merecem a atenção. Não cito as demissões de cargos da instituição, por entender que na situação em que ela se encontra ser susceptível a isso. Desde 2013 essa unidade de saúde não pode receber parturientes de risco, tendo que enviar constantemente as grávidas para vivenciarem o nascimento de seus filhos em outras cidades. Lá somente nascem as crianças de parto normal ou de cesarianas agendadas (corrijam-me se eu estiver errada). Se for parto com o mínimo de risco, não nasce em Apodi, com ou sem repasse de prefeitura.
Falam-se muito nas tentativas de se organizar a instituição em sua estrutura física, foram feitas campanhas, iniciou-se a construção de um centro cirúrgico com o dinheiro arrecadado do povo e isto é louvável, claro. Mas, até hoje, a origem do problema real, ao meu olhar de cima, permanece: o uso dessa entidade para fins politiqueiros, desvirtuando totalmente os fins de direito subjetivo elencados na legislação.
Atualmente, além dos graves problemas que a instituição sofre pela falta de recursos, uma verdadeira guerra PARTIDÁRIA tem invadido a situação. Não me admira, chefes de partidos, pessoas ligadas aos poderes (cito aqui PMA e Câmara) discutirem sobre o assunto, é muito pertinente. Admira-me mesmo é a campanha firme e forte para qualificar ou desqualificar pessoas, como se naquela Associação não existissem associados para resolver com EQUILÍBRIO os problemas que assolam a mesma.
Se a APAMI é uma instituição filantrópica, se tem associados, eles têm (ou deveria ter) equilíbrio, força, bom senso, capacidade para pelos menos discutir as questões com RAZOABILIDADE, sem deixar esse comportamento VIL e POLITIQUEIRO tomar conta dos problemas de uma instituição que já sofreu tanto com isso.
Do contrário, certamente, o próximo passo da mesma será FECHAR AS PORTAS. Mas se os tais Associados, NÃO MEXEREM UMA PALHA, não se isentem da RESPONSABILIDADE, porque eu tenho certeza, se fosse uma situação boa, apareceria um monte de PADRINHOS.


Por Mônica Freitas

BRASIL. Código Civil. 8. ed. São Paulo: Rideel, 2002.

FRANÇA, J. A.; ANDRADE, A. P. Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor :aspectos de gestão e de contabilidade para entidades de interesse social. Brasília: CFC: FBC: Profis. 2015. Disponível em: <http://portal.convenios.gov.br/images/manuais/Manual_de_Procedimentos_para_o_Terceiro_Setor.pdf.> Acesso em: 04 de out. 2017.


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O ECO DO "EU VOTO SIM"


Tudo isso é parte do Golpe contra a Democracia  
(Por Dr. Gilton Sampaio de Souza)


Não sei por quê  discutimos ainda essa questão da vitória de Temer e da compra de deputados, pois Temer deu o golpe com o apoio de grande parte da população. E quem foi às ruas para tirar Dilma Rousseff é tão responsável pela compra de votos descarada que está acontecendo como os que defendem abertamente que Temer permaneça Presidente.

A raiva da classe média não é contra corrupção; é contra pobre, mulher e PT no poder.

Homem rico, branco e não-petista pode roubar à vontade. Nenhum pato ou pateta irá às ruas contra corrupção. Corrupção de branco tradicional pode e é legal.

No RN, a região do Alto Oeste foi abandonada pelos parlamentares federais, tudo para atender financiadores do golpe, que querem grandes obras de cimento, concreto e percentuais em Natal. Não ter dinheiro para Canal do Apodi com águas do São Francisco é parte do acerto de contas do golpe. Para muitos, valeu a pena tirar Dilma. Ficarão ainda mais ricos.

Mesmo reclamando, nós não temos coragem de enfrentar os poderosos empresários que financiam e mandam em alguns deputados deputados federais e senadores.

Aqueles que esquecerem do Alto Oeste serão os mais bem votados aqui. Somos como gado manso. Bois domados.

Mas vamos às lutas. Sonho um dia com nosso  povo tendo memória e auto-estima elevada. Às vezes, sinto que grande parte ainda se comporta como colonizada ou de casta inferior. Cabe aos ricos mandarem. E a eles é permitido roubar.

Viva, Temer Presidente!
Dilma Rousseff e o PT foram tirados do Poder. Brasil está livre de corrupção.

O Brasil está muito melhor.

Brasil frente pra!
🦅🦅🦅🦅🦅🦅

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

MULHERES AUTO AFIRMADAS INDÍGENAS DE APODI PARTICIPAM DE III FÓRUM DE MUSEOLOGIA INDÍGENA NO PIAUÍ



As indígenas Lúcia Tavares e Socorro Marinho estão participando do III Fórum Nacional de Museus Indígenas do Brasil, realizado de 19 a 21 de outubro de 2017, na Comunidade indígena de Nazaré, povo Tabajara (Lagoa de São Francisco, Piauí). 


Foto do Instagram de Socorro Marinho


Depois de acontecer nos estados do Ceará (Museu dos Kanindé, aldeia Sítio Fernandes, Aratuba-CE, maio de 2015) e de Pernambuco (Museu Kapinawá, aldeia Mina Grande, Buíque-PE, agosto de 2016), a terceira edição do Fórum Nacional de Museus Indígenas ocorrerá na comunidade Nazaré do povo Tabajara, no município de Lagoa de São Francisco, localizado no sertão do Piauí, o último Estado brasileiro no qual o silenciamento sobre a presença indígena foi quebrado pelas vozes dissonantes que bradaram pela resistência e continuidade de uma presença secular.

A realização do Fórum é de responsabilidade da Rede Indígena de Memória e Museologia Social do Brasil, com o apoio do Núcleo e Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade/Universidade Federal de Pernambuco (NEPE-UFPE), Rede Cearense de Museus Comunitários, Associação Nacional de Ação Indigenista/ANAÍ-BA, Governo do Estado do Piauí, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena-IEPE.

Lúcia Tavares e Socorro Marinho estão representando o Museu Luiza Cantofa, o único museu indígena do Rio Grande do Norte, fundado por Lúcia Maria Tavares através da Associação Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi, que abriga mais de 50 famílias já autoafirmadas como remanescentes dos índios Paiacus que habitavam o território apodiense na época da colonização. 

A viagem das indígenas foi possível em razão da parceria existente entre Prefeitura Municipal de Apodi e o Centro Histórico Cultural dos tapuias. O povo que já se autointitula como indígena, agradece a representação e espera um retorno com muitos conhecimentos acerca da museologia indígena no Brasil. 

Por Mônica Freitas 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

BREVE HISTÓRIA DO BAIRRO MALVINAS – APODI/ RN

O bairro Malvinas, situado do lado Sul da cidade de Apodi, ficando às margens da lagoa, não tem existência tão antiga. Trata-se de um bairro ainda muito novo, assim como todos os outros bairros que instituem a zona urbana consolidada da cidade.


O referido bairro é localizado hoje em um espaço com vista privilegiada, após a construção do terminal turístico da Lagoa do Apodi. A imagem abaixo mostra a vista aérea do local, uma paisagem de encantar os olhos quando a lagoa tem água em seu leito. 

Foto aérea do Bairro Malvinas – Apodi/RN

A imagem acima mostra exatamente onde se situa e como se caracteriza o bairro Malvinas na atualidade. Mas, este espaço territorial de Apodi nem sempre se caracterizou desta forma. Quando comparamos a foto acima com a imagem a seguir, é possível perceber a grande diferença do espaço antes da construção do chamado Calçadão da Lagoa do Apodi. Observemos a imagem abaixo:

Foto do final da rua Tiradentes, local denominado pelos moradores mais velhos de Apodi, como “Matutas”, hoje, abriga o final do Calçadão da Lagoa, do lado Oeste.



Comparando as duas fotos, podemos perceber quão grande a diferença entre as duas imagens, mesmo não se sabendo exatamente qual o ano da segunda foto. Vemos seguramente que o espaço onde se situa “As Malvinas”, como é conhecido este local de Apodi, era desabitado, quase sem nenhuma residência, embora tenha sido este local ambicionado ferrenhamente pelos colonizadores por causa das terras férteis das margens da Lagoa. Nas adjacências da lagoa viviam os índios Tapuias Paiacus, primeiros habitantes do nosso município. Ao serem retirados da aldeia, as terras das margens da lagoa foram ocupadas por curraleiros, isto é, por criadores de gado, que ali construíram currais e passaram a plantar nas chamadas “vazantes” quando a lagoa vai estiando a água.   Na época da foto acima, os índios já não habitavam mais o lugar, pois foram desaldeados pelos portugueses entre os séculos XVIII e XIX.

Para saber a história de como se formou o bairro Malvinas, fizemos uma entrevista com um dos moradores mais antigos do bairro, o senhor José Francisco da Costa, conhecido por Quinca de Zé de Doninha, que era o seu pai José Cipriano da Costa. Quincas é pescador e também agricultor e reside na Travessa Nonato Mota, desde 1977. Segundo ele, esta foi a primeira rua das Malvinas e o nome é em homenagem ao historiador Nonato Mota. Observe-se a imagem abaixo da referida rua:


Travessa Nonato Mota, bairro Malvinas.
Fonte: Página do Portal Tudo de Apodi no Facebook. 


Relata que a primeira casa, era de taipa, pertencia a um senhor chamado Lucas Marinho. Segundo seu Quinca, sua família veio morar às margens da lagoa no ano de 1960. Na época somente existiam três casas de taipa neste local e ficavam lá embaixo, no final de onde hoje é a Rua Antônio Moreira. Eram justamente a casa de Lucas Marinho, a de outro senhor que ele nominou de Lamundinho e a da sua família. Ainda na mesma década de 1960, seu pai construiu a primeira casa de alvenaria do lugar. Segundo o entrevistado, ali só existiam muitos barreiros, as casas eram construídas em cima dos altos, porque tinha muito buraco.

Sobre o nome “Malvinas”, que foi atribuído ao local e como hoje é conhecido, o senhor Quincas informa que não sabe quem batizou o bairro com esse nome. Mas, enfatiza que foi mais ou menos no início da década de 1980, quando estava havendo uma guerra no mundo, denominada de “Guerra das Malvinas”, e ali naquele espaço de Apodi, havia muitas brigas, pois a rua já tinha muitas casas, a população do bairro havia se ampliado e ocorriam muitas discussões entre vizinhos. Desta forma, os próprios moradores do local começaram a denominar de Malvinas, e assim ficou sendo chamado até hoje.

Por Mônica Freitas 



DESDOBRANDO O DESMEMBRAMENTO DE APODI DO MUNICÍPIO DE PORTALEGRE/ RN


Se formos nos deter em estudar a história de diversos municípios da região do médio e do alto Oeste Potiguar, não há como não aparecer o nome que é dado hoje ao nosso município, Apodi. E isto ocorre porque, quando se iniciou o processo de colonização do sertão do Rio Grande - como era chamado o território da capitania do nosso Estado no século XVII –, a Missão do Apodi era única dos sertões entre cinco que já haviam sido implantadas em todo o território, só que no litoral.

Outra palavra que não falta nessa história é a que identifica a tribo que aqui vivia, a dos índios paiacus. A referida missão foi fundada em 1700. Segundo Monteiro (2010, p. 59), os jesuítas trabalhavam as suas atividades “em meio às lutas que se travavam entre os conquistadores portugueses e os aguerridos indígenas do sertão, que resistiam à tomada de suas terras e à sua escravização pelos brancos”.

As lutas às quais se refere Monteiro (2010) eram batalhas provenientes de uma guerra que os colonizadores preferiram chamar de “Guerra dos Bárbaros”. O fato é que, pelo que se observa, a missão jesuítica e a colonização nos sertões do Rio Grande do Norte se iniciaram por volta de 1.680 e teriam como prazo para finalização dessa primeira fase o ano de 1712. Sendo somente iniciada no ano de 1734, por uma outra ordem religiosa, a dos Capuchinhos. Esta foi extinta pela coroa portuguesa em 1761. A extinção atendeu aos pedidos dos criadores de gado locais, que acusavam os índios de roubo. No entanto, os relatos históricos deixam fortes marcas de que havia mesmo era uma inquietação dos colonos com as constantes rebeliões indígenas que ocorriam devido a cobiça daqueles pelas terras às margens da grande lagoa que havia dentro das terras da missão, a conhecida Lagoa do Apodi.

Nesse primeiro desdobramento, podemos nos inteirar de que os objetivos de colonizar o sertão do Rio Grande do Norte se iniciou no território apodiense e que os índios paiacus estiveram o tempo todo participando enquanto personagens dessa história. No percurso da missão, haviam sempre batalhas envolvendo índios e colonos. Os primeiros defendendo seu direito à terra que já habitavam; os segundos tentando invadir essas terras, pelo fato de verem nelas a possibilidade de estabelecer suas atividades agropecuárias para fins de enriquecimento.

Nesse percurso da missão jesuítica pelo sertão do Rio Grande, mais precisamente pela região do médio e alto Oeste, se inseriam outros territórios que hoje abrigam diversos outros municípios. Toda a região serrana também fazia parte. A serra, que na época foi denominada de “Cabeços do Pody”, e que em outros momentos recebeu o nome de “Serra dos Dormentes”, hoje denominada de “Serra de Portalegre” era também espaço territorial envolvido no percurso da missão.

Portalegre, estava lá como território, no desenrolar dos anos de 1680, quando Manoel Nogueira Ferreira e sua família chegam às terras do Apodi para desbravá-las. A família Nogueira foi a primeira a ser beneficiada com as Sesmarias que demarcavam as terras desde Assu a Apodi. Com ele vinham “seu irmão João Ferreira Nogueira, Baltazar Nogueira e mais doze posseiros” (DIAS, 2010, p. 17). Neste momento, a Ribeira do Apodi, que fazia parte da missão, e era denominada desta forma pelo fato de que os colonos sempre tinham preferência por terras situadas nas encostas das ribeiras. Era relevante ter água e terra fértil para a lavoura e a criação do gado (LOPES, 2003). Apodi tinha tudo isso.


Porém, nos períodos de grandes enchentes, observando-se o cotidiano dos índios, eles subiam às serras, para fugir das águas que invadiam todo o território baixo (SOUZA, 2007). A serra, Cabeços do Pody era uma das que compunham esse trajeto. Por isso, foi usada pelos colonos também. Além de ser um território onde haviam terras férteis, tinha um olho d’água e por isso servia para plantação e criação de gado e deste fato nasce o desejo de conquista dos colonos, havia ainda a condição de fuga que urgia à família Nogueira, devido aos conflitos com os indígenas. Manoel Nogueira almejava mais terras e fugir do ambiente hostil, portanto subiu “a serra dos Cabeços do Pody no intuito de procurar um local tranquilo onde pudesse finalmente restabelecer suas posses para criar e plantar” (DIAS, 2010, p. 18). No mapa abaixo, podemos observar todo o contexto territorial envolvido na missão de colonização portuguesa:

Mapa – Os marcos da colonização portuguesa na Serra de Portalegre.
Fonte: Dias, Thiago Alves. Do livro: Portalegre do Brasil: História e Desenvolvimento, 2010.

É possível visualizar no mapa, a localização das ribeiras setecentistas. Vemos de forma evidente “a Ribeira do Apodi com seu principal rio e afluentes, assim como, a localização dos 'Cabeços do Pody'” (DIAS, 2010, p.18). Essa condição da Serra de Portalegre rendeu ao território a criação de uma vila, composta por colonos e índios.
O fato é que, a Serra dos Dormentes, que por volta de 1730, foi requerida pelos herdeiros de Manoel Nogueira, em que consta os nomes de Margarida de Freitas, Antonia de Freitas e registros de que outros membros da família residiam na tal vila que ora evoluía na serra. Houve retomada ao se oficializar a sesmaria, uma vez que nesta época a maior população ali naquelas terras era dos “pegas”, denominação de um dos subgrupos tapuias. As terras foram retomadas com auxílio dos paiacus e ao que indicam os documentos, tanto com fontes oficiais e não oficiais, destes citam-se os impressos nos manuscritos de Nonato Mota, há indícios de que toda a Ribeira na qual atuava a missão colonizadora estavam envolvidos os territórios de Apodi e Portalegre.
A Vila de Portalegre foi uma das primeiras a ser criada no Estado do Rio Grande do Norte. Segundo Lopes (2010) a fundação de vilas no Rio Grande do Norte teve início em 17 de julho de 1760, foram criadas inicialmente duas vilas, sendo a de Extremoz e a de Arez. Segundo Dias (2011) das sete vilas primeiras, algumas destas originadas de aldeamentos indígenas: Vila de Extremoz (1760), Vila de Arez (1760), Vila de Portalegre (1761), Vila de São José do Rio Grande (1762) e Vila Flor (1769); outras duas ordenadas a partir de núcleos onde viviam colonos luso-brasileiros, nestas se inserem a Vila nova da Princesa (1766) e a Vila Nova do Príncipe (1788).
É dessa confirmação de criação das primeiras vilas, em que Portalegre aparece como uma das primeiras vilas, e sendo um território envolvido na missão de colonização da Ribeira do Apodi, o espaço em que hoje está fixado o município de Apodi, na época era pertencente à Vila de Portalegre. Segundo Dias (2010) um dos fatos que fica claro neste contexto da criação das primeiras vilas do nosso Estado, é que, sendo característico da época da colonização, que se criando a vila criava-se também o município, Portalegre foi então politicamente fundado em 1761, e não em 1738, como diz o autor, que é comemorado atualmente.
Já no que se refere ao município de Apodi, no ano de criação de Portalegre, era um povoado. Dias (2010) fundamentado em Gomes (1998) em sua tese de Doutoramento, deixa muito claro que o município de Apodi foi desmembrado de Portalegre no ano de 1833.

Com o passar do tempo as novas povoações e localidades que vão se formando, realizaram sua emancipação política e territorial de Portalegre, ainda no período imperial se emancipam que significa deixar a jurisdição de Portalegre, as localidades de Apodi (1833), Martins (1841) e Pau dos Ferros (1856) se tornando municípios e gerando novas localidades (DIAS, 2010, p. 102).


Outro pesquisador da nossa história, que também deixa claro esse acontecimento é Nonato Mota em um de seus manuscritos. Guerra (1995) utilizando-se das informações de um dos textos daquele historiador esclarece que o crescimento do lugar foi possível após a vinda de um dos padres jesuítas de nome Felipe Bourel. Foi este que fundou a Missão de São João Batista na Aldeia do Podi[1]. O objetivo desta ação era catequizar os índios Tapuias Paiacus e Janduis. O ano de elevação de Apodi à categoria de Vila foi 1833. Porém, a confirmação é dada pela lei provincial nº 18 de 23 de março de 1835, já a mudança para a categoria de cidade foi consolidada pelos termos da Lei nº 988 de 5 de março de 1887.
Vemos, portanto, que há três datas a se considerar. A primeira diz respeito à fundação da vila, que ao se fundamentar no dito por Dias (2010), de que sendo vila já ocorre a elevação a município, Apodi se emancipou de Portalegre no ano de 1833. A data de confirmação pela Legislação foi que ocorreu em 1835 e a cidade foi fundada em 1887. As datas têm, nos últimos anos sido bastante contestadas, não pela sua veracidade, mas por deixarem confusa a real data da emancipação política de Apodi. A comemoração de tal fato, sempre se dá com referência ao ano de 1835, mas já existe quem conteste, afirmando que a data correta seria a de 1833.
Diante desses questionamentos, ao que parece, é necessário que o Poder Legislativo do município se pronuncie sobre o assunto, visto que, seria, nesse caso, oportuno debater a interpretação mais adequada e assim criar uma lei mais atualizada para fixar a data de aniversário do município.

Por Mônica Freitas
17 de outubro de 2017
REFERÊNCIAS


DIAS, Thiago Alves. Dinâmicas mercantis coloniais: capitania do Rio Grande do Norte (1760-1821). Dissertação (Mestrado em História), fls. 274. Natal: UFRN, 2011.  

_______. A invenção de uma emancipação que nunca existiu: Portalegre e o dia 29 de março de 1938. In: CAVALCANTE, Maria Bernadete; DIAS, Thiago Alves (Orgs). Portalegre do Brasil: história e desenvolvimento. Natal, RN: EDUFRN, 2010.

_______. Os marcos da colonização portuguesa na Serra de Portalegre (séc. XVII a XVIII) A invenção de uma emancipação que nunca existiu: Portalegre e o dia 29 de março de 1938. In: CAVALCANTE, Maria Bernadete; DIAS, Thiago Alves (Orgs). Portalegre do Brasil: história e desenvolvimento. Natal, RN: EDUFRN, 2010.

GUERRA, Valter de Brito. Histórias e Vultos de Minha Terra. Mossoró: Coleção Mossoroense Série C, Volume CCCXIII, 1995.

LOPES, Fátima Martins. A Vila de Portalegre: povos e instituições. In: CAVALCANTE, Maria Bernadete; DIAS, Thiago Alves (Orgs). Portalegre do Brasil: história e desenvolvimento. Natal, RN: EDUFRN, 2010.

_______. Índios, colonos e missionários na colonização da Capitania do Rio Grande do Norte. Mossoró/ RN: Fundaçao Vungt-um Rosado, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 2003. 
  
MONTEIRO, Denise Mattos. Portalegre: notas para uma história. In: CAVALCANTE, Maria Bernadete; DIAS, Thiago Alves (Orgs). Portalegre do Brasil: história e desenvolvimento. Natal, RN: EDUFRN, 2010.

SOUZA, Ana Cláudia Bezerra de. Aspectos da historiografia da cultura sobre o Brasil Colonial: In: FREITAS, Marcos César de. Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2007. 


[1] Segundo a tradição, o rio e a região eram conhecidos pelo nome de Podi, em referência ao índio Potiguassu e, na decisão jurídica a respeito da posse das referidas terras, a palavra Podi passou a ser Apodi, por questão de pronúncia. In: <http://www.apodiatualizado.com.br/2010/01/sobre-apodi-rn.html> Acessado em 09 de agosto de 2013.

OESTE POTIGUAR DESVALORIZADO

A reação dos sedentos a não aprovação do eixo Apodi da Transposição. Um projeto que atende ao apelo dos que sentem a falta d'água no Alto Oeste Potiguar


A obra do Canal do Eixo Norte do  Projeto de Transposição do São Francisco que atenderá a população da região Oeste Potiguar foi considerada menos importante para a maioria de nossos parlamentares. Não vamos ter Emenda de Bancada para nosso problema da falta d'água.

Parabéns aos deputados e a Senadora Fátima que defenderam uma Emenda para o Canal do Apodi: Fátima Bezerra, Zenaide Maia, Rafael Mota e Jácome. Mesmo derrotados, conseguiram mostrar respeito por uma região que vive sem água.

É incrível como o Oeste Potiguar vale pouco para alguns parlamentares. A maioria dos deputados e dois senadores desonrou a nossa região.

Natal já leva quase todos os recursos oficiais do RN. E até as emendas têm que ir para a capital, para a BR 101, para a entrada da Av. Maria Lacerda. Tudo dinheiro do RN vai sempre para os ricos da Zona Sul.

A sede de milhares de pessoas do Oeste Potiguar quase nada vale para a maioria de nossos parlamentares.

É triste ver como valemos muito pouco. Toda região vai ficar calada? Essa questão não é partidária. A sede é de todo mundo, pobres e ricos, dos verdes e dos vermelhos, dos amarelos, dos azuis e dos brancos.

Mas todos os parlamentares indiferentes ao problema da água no Oeste Potiguar poderão ser eleitos com votos do povo dessa região. Devem ser eleitos. Pode escrever.

Não é de graça que vivemos há muito e muito tempo ignorados, melados na lama, com um problema do século XVII. Desrespeito e falta de bom senso. Com certeza, os recursos em  ruas e calçamentos têm prioridades para outras intenções. Nossa região poderia unir todas as bandeiras e dar uma resposta de vergonha a esses representantes quando viessem pedir o voto do povo do Oeste Potiguar.

O texto é do Professor Gilton Sampaio de Souza - CAMEAM/ UERN Pau dos Ferros

domingo, 15 de outubro de 2017

O DIREITO DE SER “ÍNDIO”

A canção “Sangue Latino”, umas das mais marcantes composições da icônica banda brasileira Secos e Molhados, ilustra bem a pesarosa realidade vivida pelos povos deste subcontinente, em particular a árdua condição de ser índio. Desde que os europeus chegaram ao continente americano, os povos indígenas foram lançados à luta pela sua sobrevivência, física e cultural, sendo sempre tratados como inferiores, pensamento esse que ainda persiste, gerando estereótipos e preconceitos que prevalecem na mentalidade grande parte da população.

Quando aqui se estabeleceram, os portugueses logo recorreram à mão de obra dos povos nativos. O indígena, não inserido na lógica mercantilista do colonizador, passou a ser visto como “preguiçoso” e “ineficiente” pois não compreendia o exercício do trabalho como acúmulo de riqueza e sim como atividade necessária para a sua sobrevivência (caçar, pescar, plantar, coletar, etc.) A ideia do “índio ocioso e vadio” ainda é muito comum na nossa sociedade, a tal ponto da muitas pessoas afirmarem que os índios são “sustentados” pelo Estado, pois este lhes provê uma série de “privilégios”, como a demarcação de terras. Tal afirmação, que soa minimamente absurda, contraria todos os princípios indígenas de resistência e autonomia. As demarcações de terra são nada mais que o reconhecimento de uma posse territorial milenar, usurpada pelos colonizadores e posteriormente pelos agropecuários, sendo uma legítima reparação de uma dívida histórica para com a coletividade indígena, assim como as cotas étnicas.   

 Um estereótipo muito comum é a ideia de encarar os índios como um povo homogêneo. Levar tal proposição em consideração é alarmante pois significa desprezar uma pluralidade de culturas que abrange mais de 300 idiomas, que carregam diversas tradições e conhecimentos e riquíssimas expressões artísticas. Muito comum também é a noção de “desindigenização”: muitas pessoas argumentam que os índios “estão deixando de sê-lo” pois já não vivem mais como os seus antepassados, falam português, possuem acesso à tecnologia e ingressam nas universidade. Ora, todos podemos evoluir. Por que negar ao indígena esse direito? Ainda possuímos a arcaica visão de que um índio para se assumir como tal necessita adotar o estilo de vida pré-colombiano, o que é uma grande falácia.

 A perseverança da ideia que a sociedade indígena é ultrapassada e retrógada, enclausurada em si mesma, leva a malfadada ideia de que os povos indígenas não podem contribuir para a sociedade. A afirmação é refutada pela nossa própria vivência cotidiana na qual constatamos a influência indígena em diversos aspectos, como na alimentação (comemos milho, mandioca, peixe, etc.), nos hábitos (dormirmos na rede) e na língua (muitas palavras possuem origem indígena). Muitos conhecimentos, sobre doenças, ervas medicinais, plantas, animais, geologia, clima, entre outros estão presentes nas tradições dos povos nativos. Belíssimas histórias, poemas e epopeias estão presentes nas centenas de línguas. Tudo isso demonstram o precioso legado indígena à sociedade brasileira, o que não exime os índios de contribuírem ainda mais para o desenvolvimento do nosso país, provando que estes não constituem uma civilização “inferior”.

  Inegável é a importância do indígena na formação e desenvolvimento do povo brasileiro. Durante séculos, este foi marginalizado pelo Estado e pela sociedade, constituindo uma das minorias que mais sofreram com a indiferença do poder público e o preconceito generalizado na sociedade, dificuldades que ainda enfrentam. É imprescindível que se realce a positiva influência do índio no nosso país, retificando assim a distorcida visão sobre a cultura indígena fomentada desde a colonização, em que o índio vem lutando pelo direito de “ser” índio. Reconhecer a multiculturalidade do Brasil é reconhecer que o povo brasileiro é uno na diversidade.   

O texto é de Pedro Duarte Costa 
Aluno do 2º ano de Eletrotécnica do IFRN - Campus Mossoró. 

   

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O Jogo da Forca na Escola e o "potencial" dos alunos

As constantes discussões sobre o lúdico como recurso pedagógico me impulsionaram a realizar mais um teste neste sentido. A aula teve como objetivo propor aos alunos uma discussão em um texto escrito. Pedi aos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Francisco Pinto em Itaú/ RN, que após descobrirem a palavra POTENCIAL, no famoso JOGO DA FORCA, argumentassem em um texto escrito acercas dos potenciais que a escola pode desenvolver. Esta foi uma das propostas de redação mais ousadas que já fiz aos meus alunos em um a ula de produção textual. O interessante é que naquele momento achei que eles nem iriam saber fazer o que propus. Primeiramente, me pediram ajuda para definir o que seria potencial, fiz isso. Tive o cuidado de dá exemplos dos diversos tipos de potenciais e de esclarecer que a palavra não está associada apenas a atividades humanas. A maioria compreendeu e começou a escrever. Informei sobre as possibilidades de reescrita do texto no caso de necessitar. Eles também aceitaram, mesmo alguns dando aquele gemido de preguiça. Mas, no final fiquei bastante feliz porque uma aluna veio me mostrar o texto, vi que estava bom, sugeri algumas correções e olha o produto final apresentado por ela a seguir. 


Imagem ilustrativa. 

"Todo ser que vive tem um potencial. E todas as escolas do mundo ajudam seus alunos a se descobrirem e a perceberem o que querem ser no futuro; qual profissão seguir; ajudam a gente a amadurecer e ter suas responsabilidades. 

Sendo assim, a gente cresce a aprende o que é certo e o que é errado. Como a escola acaba se tornando a nossa segunda casa, aprendemos e amadurecemos com ela. A escola é o único caminho a seguir. Ajuda-nos a realizar nossos sonhos e a desenvolver esse potencial de cada um para as atividades da vida. 

Os estudantes têm muito o que aprender, assim como tem muito o que ensinar. Todos os funcionários da escola lutam para que cada um de nós tenha uma vida melhor no futuro. Sabemos do nosso potencial, só nos resta querer desenvolvê-lo". 

CARLA GEOVANA 

sexta-feira, 23 de junho de 2017

(HISTÓRIA E CULTURA) A primeira vitória dos últimos Paiacus

Ano de 2013, mês de fevereiro, quando recebi convite para fazer parte como sócio fundadora de uma associação denominada Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi (CHCTPLA). Naquele momento não tinha ideia do que se tratava, apenas que era uma organização para o resgate da história dos Tapuias Paiacus. 


Índia Tapuia Lúcia Tavares


Eu já conhecia Lúcia Tavares desde criança, já sabia que ela também tinha um relato familiar de "descendência" indígena, igual a mim, pois eu sempre soube, através de relatos do meu pai, de pessoas mais velhas que viviam na comunidade Bico Torto e de demais familiares que tínhamos genealogia pertencente aos índios que habitavam a antiga Ribeira do Apodi. Fui à reunião de fundação, dia 09 de fevereiro de 2013, momento em que foi lido o Estatuto da entidade que se pretendia. No final, após alguns poucos ajustes, a ONG estava fundada. 

A partir desse momento comecei a conhecer a história de Lúcia e a também me interessar pelo resgate da história dos índios Tapuias Paiacus, nome que era constantemente falado em determinados momentos em que se relatava a história de Apodi, mas sem muita precisão sobre o que representava esse povo para a nossa terra. Foi a partir de Lúcia que fui instigada a pesquisar, ler, fichar livros, artigos, teses de Doutoramento, Dissertações de Mestrado que falam da história dos tapuias Brasil à fora, no Nordeste e em especial no sertão do Rio Grande do Norte. 

Entre todos os aparatos históricos, os mais importantes são os documentos antigos: cartas que informam à coroa portuguesa acerca do povo tapuia em Apodi e que deixam bem claro a presença marcante desta etnia e dos massacres por ela sofridos a fim de seu extermínio, o que não ocorreu como muitos imaginam, pois se fosse verdade tal fato, não teríamos hoje um número de mais de 50 famílias vinculadas ao CHCTPLA, cada uma com seu relato familiar de pertencimento genecológico ao grupo indígena Tarairiu, que foi chamado pelos portugueses de Tapuias por motivo da variação linguística Tupi Guarani.

Pois bem, desde 2013 que a autoafirmada índia tapuia Lúcia Maria Tavares,  seus familiares e as demais famílias do CHCTPLA lutam por espaço social e reconhecimento histórico através dessa associação, que não tem fins lucrativos, que nunca recebeu qualquer valor, nem do governo federal, nem estadual e nem municipal. Nem mesmo mensalidade de seus associados é cobrada. Para participar de eventos como congressos, conferências e seminários os valores gastos são das próprias finanças de Lúcia e de quem vai com ela ou com a ajuda de amigos e colaboradores do Centro Histórico. MENTE quem dissemina comentários dizendo que a associação dos indígenas de Apodi e o Museu Luiza Cantofa recebe dinheiro de algum órgão. O que sempre existiu foi uma forte luta, travada em alguns momentos contra o próprio poder público, que muitas vezes negou valores irrisórios quando a entidade precisou durante todo esse tempo. 


Lúcia Tavares e seu neto Guilherme,
recebendo das mãos do prefeito Alan Silveira documento de cessão
para funcionamento do Museu Luíza Cantofa. 

A primeira vitória foi registrada no dia 22 de junho de 2017, nesta quinta-feira, quando Lúcia Tavares recebe do prefeito de Apodi, Alan Silveira, a cessão de um prédio localizado às margens da Lagoa do Apodi, território onde era fixada a antiga aldeia Paiacu. 

Agora, a continuidade da luta dos últimos paiacus pela organização de um local que possa servir como marco de preservação da história é a reforma do referido prédio, pois sabemos o quanto há de dificuldade para tal feito. No entanto, este objetivo será perseguido até que se tenha resposta positiva, até que alguém se sensibilize e os recursos apareçam e possam ser usados para uma obra que ao mesmo tempo é histórica, cultural e turística. Certamente trará grandes contribuições para a identidade e o desenvolvimento do município. 


Por Mônica Freitas