Profissionais novos são treinados para o Samu de Apodi

Não se sabe ainda ao certo se a administração municipal por meio da Secretaria de Saúde irá substituir os profissionais que estão atuando no Samu Metropiolitano Alto Oeste - Base de Apodi/ RN. Porém, já é sabido que algumas pessoas ligadas à base partidária do Prefeito Flaviano Monteiro foram enviadas ao NEP - Núcleo de Educação Permanente do Samu Metropolitano para participar da formação no curso de SBV - Suporte Básico de Vida, que é exigido para atuar no serviço.

Profissionais enviados para treinamento.

Vale ressaltar que, entre as pessoas enviadas há profissionais reconhecidos quanto ao trabalho em Unidades de Saúde. Não resta dúvidas de que, se esses profissionais forem treinados para somar com a equipe atual, que nunca deixou a desejar em seu trabalho e é formada de profissionais efetivos, o Samu Apodi estará dando um passo importante para a melhoria do serviço. 

No entanto, ao que parece, pelo menos segundo informações dadas por alguns condutores-socorristas e técnicos-socorristas que estão na ativa a intenção da gestão de saúde de Apodi (que está sem gestão na pasta), orientada pela equipe da prefeitura quer mesmo fazer a substituição de quase todos os socorristas. Pior ainda, há comentários de que essa troca está pautada apenas na ideia fixa de que o serviço atual, mesmo sendo prestado com a melhor qualidade possível, a equipe foi selecionada pela gestão passada. 

Independente de qualquer interpretação que se volte para a "perseguição", fomos pesquisar sobre a legalidade da gestão em tal atitude. Descobrimos que os regulamentos do Samu dispõem que, para subsituir um socorrista é preciso ter argumentos seguros e provas de que o profissional errou, foi negligente, cometeu falta grave em um atendimento pré-hospitalar, que é a função especial da equipe de socorro. E isto não ocorreu em nenhum momento. 

Outro detalhe que não pode ser desconsiderado é a questão de que os servidores do Samu são efetivos, motivos pelo quais foram escolhidos pela gestão passada porque foi orientada a isso. Aliás, por este motivo, o COREN-Conselho Regional de Enfermagem, esteve na semana passada na Base Samu Apodi, justamente para conversar com os atuais socorristas: condutores e técnicos sobre a possível substituição e informou que a atitude do gestor em substituir os socorristas sem ter nenhuma justificativa plausível, ainda mais quando se trata de servidores efetivos, é inegavelmente condenável. Isto é, não é legal.

Outra consideração que dá aos socorristas atuais a legalidade de até entrarem na Justiça contra a gestão é o fato de que, a Portaria 2048/2002 que instrui a instalação e atuação do Samu no Brasil, não trata de substituição, mas dispõe, pelo menos no que concerne a seleção de condutores, que estes e os operadores de rádio n]ao necessariamente devem ser selecionados porque atuam na área da saúde, podem ser advindos de qualquer setor da administração pública. Segundo comentários extra-oficiais, o gestor tem argumentos de que alguns desses profissionais não fizeram concurso para a área. 

Pergunta-se: e estes que estão sendo treinados, fizeram?

Longe de ser um comentário oposicionista, mas, acho que a gestão atual tem se dedicado demais à mudança de pessoas e esquecido da mudança real que nossos serviços públicos precisam. 

Legalmente, pelas portarias e princípios do SUS, o Samu é um serviço independente de qualquer visão politiqueira, e temos certeza que em Apodi, até então, isto tem sido cumprido. Não sambemos se depois de uma substituição DUVIDOSA, essa independência continue. Mas, mesmo assim desejamos que os profissionais treinados, se realmente forem empossados em seus devidos cargos, sejam competentes o suficiente para vencer este mal que tem assolado a realidade dos poderes públicos que atuam em Apodi há séculos: a politicagem. 

Por Mônica Freitas