Nesta terça-feira (14 de abril), dois
representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
estiveram na cidade de Apodi, mais especificamente na sede do Centro Histórico
Cultural Tapuia Paiacu da Lagoa de Apodi (CHCTPLA) para fazer o reconhecimento
de área de aldeamento em nosso município.
Lúcia Tavares juntamente com os membros do IPHAN |
A visita do IPHAN foi possível a partir de requerimento
e notificação feita pela Presidente do CHCTPLA Lúcia Tavares no ano de 2013,
que foi à sede do instituto em Natal requerer a presença do mesmo, a fim de
realizar um estudo arqueológico na área do Córrego das Missões, próximo às
margens da Lagoa do Apodi, onde consta em relatos históricos que ali se fixava
a aldeia dos Tapuias Paiacus do Apodi.
Lúcia Tavares no IPHAN em Natal/RN |
A finalidade dessa primeira visita foi fazer uma
vistoria em demanda do Ministério Publico Federal, para averiguar impactos na área. Iago Medeiros, um dos representantes do
IPHAN, frisou que a vistoria visa analisar se a área se trata de fato de um
sitio arqueológico indígena, para assim dá encaminhamentos às questões
demandadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Lucia Tavares, representante indígena
autoafirmada e presidente do CHCTPLA acompanhou a visita. De antemão, esta
informa que os representantes do IPHAN se sensibilizaram, ao perceber em uma
primeira vistoria que a Lagoa do Apodi foi vítima de profundos crimes
ambientais, e que se confirmada a veracidade da área indígena no Córrego das
Missões, outras ações mais importantes serão demandadas pelo MPF.
Ao falar sobre a presença do órgão no
local, Lúcia Tavares reafirma o sonho de resgate da história dos Tapuias
Paiacus e diz ser vital a vinda do IPHAN para realizar um estudo arqueológico
no local. O representante do IPHAN disse ainda que o trabalho será de vistoria,
para averiguar se algum tipo de degradação afeta a área, para assim realizar um
relatório, e encaminhar aos órgãos competentes.
Uma
informação importante aos apodienses que porventura não entendam a presença do
IPHAN para tal vistoria e que interpretem o fato de forma distorcida: esta ação
do IPHAN é voltada unicamente para o estudo do Córrego das Missões enquanto
área indígena. Nada disso está vinculado à ideia de mobilização para a
reconquista do local como “terra indígena”. Apenas há o desejo de se resgatar e
afirma cientificamente que ali, antes dos colonizadores portugueses chegarem
era uma aldeia tapuia.
Lúcia Tavares bem frisou “Não estamos
querendo tomar terra de ninguém, apenas que nosso direito seja reconhecido”, o
que não descarta o objetivo do CHCTPLA ter em seu âmbito de atuação enquanto
entidade de utilidade pública municipal e estadual, o desejo de que os
remanescentes tapuias paiacus sejam ressarcidos pela invasão às terras de seus
troncos genealógicos no século XVII.
Por Mônica Freitas
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