Lúcia Maria Tavares, a Índia Tapuia de Apodi
Dia de Índio no Brasil
Dia de tintas, de fotos, de lembranças
Dia de quase nada, ou nada admirável
De nada satisfatório a este povo
A este personagem de guerras
A essa gente abominável
A esse animal selvagem que tinha,
Mas não precisava de terras.
Dia de homenagens poucas
De lutas, de gritos, de sonhos
Que saem espremidos de vozes roucas
Dia de interrogações intolerantes
De discriminações exuberantes,
Alarmantes, mirabolantes
Quase todas loucas.
Ah! Dia de índio no Brasil é de nem lembrar
Que um dia aqui havia um pomar natural,
Um paraíso escondido do outro lado do mar
Que alguém chegou, lisonjeou-se em desejos maus
Sentados na proa de suas naus
E logo em seguida a ação da tomada do lar.
É... dia de índio no Brasil é assim
Uma lembrança aqui, uma revolta ali
Um traço da história que quase ninguém quer
Ou que ninguém sabe contar
Seja em Brasília, seja em Apodi
Algo que muitos desejam o fim.
Mônica Freitas
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