Assim faz-me o pensamento do leve lê
Os olhos da mente se abrem mais que os do rosto
As pálpebras se arreganham como pernas e quedas feias
Esconde-se o espaço entre pestanas e sobrancelhas
É a minha forma de observar, de sem falar, vê
É uma astuta leveza do ser que não quer zoar
E com o som da voz incomodar e incomodar-se
Mas isso não lhe impede da vida perceber
De ver o brilho que muitos imaginam ter
Se esvair no conto da imaginação do seu falar
E assim prosseguir, continuar sem visualizar-se
O leve lê é aprendido ao longo do tempo infinito
É traçado como se fosse uma (des) percepção
Vivificado pela leitura de mundo, mediado pela frieza
É acordado pela batida pesada das revoltadas palavras
Em um momento que permanece só as farpas do atrito
Que mancham a alma, o corpo, a vida e seu coração.
O leve lê sem fala escuta, fala em tom silenciado
Corre, pensa, planeja, se cala, se faz de santo
Parece aguentar os fortes beijos do ódio
Da ambição, da luxúria, da inveja, do poder
Não cede, permanece de beleza interior inebriado
Sem jogar ao léu as pedras preciosas do seu encanto.
Mônica Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Identifique-se e comente. Os comentários serão analisados e, conforme critérios atendidos, publicados.