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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Esconder é melhor!?


Imagem disponível em: https://blogdescalada.com

Não é só no Brasil. Igual à pandemia de Covid-19, acontece em todo o planeta Terra, desde os primórdios. Aqueles que têm mais acesso à informação, como forma de manter o seu domínio sobre os demais, tentam esconder o que sabem, as realidades, os detalhes de uma determinada situação, conhecimento, fato, saber. Em outras palavras, tenta-se, a todo custo, esconder aquilo que chamamos de "verdade" quando sabe-se que esta pode provocar algo que não satisfaz, às vezes, as intenções e necessidades de grupos privilegiados. 

Linguisticamente falando, o termo utilizado para identificar tal prática é o "obscurantismo", através do qual, de forma intencional, faz-se de tudo para impedir que os fatos ou os detalhes de algum assunto se tornem conhecidos. Ou seja, aquela sujeira que não pode ser conhecida por todo mundo, é escondida debaixo do tapete. Outro detalhe da prática são os grupos que costumam adotá-la. Historicamente tem sido observada no modus operandi de muitos politicos, sem discriminação de ideologia ou partido. Mas, principalmente quando estão em suas campanhas eleitorais e mais ainda quando ocupam uma cadeira no poder.

As práticas mais comuns são: esconder do povo a real situação econômica do país - e todos já sabem para que -, não distribuir de forma ampla as condições para que toda a população tenha acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade nao investindo em educação de qualidade e além disso espalha um discurso de desvalorização e ofensa aos professores, tentar impor uma religião ou seita religiosa, a fim de, por meio da exploração da "fé" possa ludibriar com conceitos muito mais voltados para o mal da própria pessoa quanto para o bem. 

E ainda, a repulsa pela ciência é um das concepções ideológicas mais disseminadas por políticos que praticam o obscurantismo, e com isso têm como fim se autopromover enquanto figura histórica, ao mesmo tempo em que se aproveita do cargo para enriquecimento ilícito e distribuir privilégios com seus associados, na maioria das vezes usando o próprio povo, que sem conhecimento porque não tem acesso a este, se aliena na ideologia daqueles que respeita como líderes. 

Mas, o que nos desperta mais atenção é perceber que, em pleno século XXI, quando a ciência já permitiu ao ser humano fazer descobertas fantásticas, quando se tem provas muito reais disso nas áreas da Biologia, da Química, da Matemática, da Física, nas Linguagens e na Tecnologia e todas, sem excessão têm base em reflexões que não se descarta o pensamento filosófico, ainda há quem acredite em quem a nega. E essas práticas são muito visíveis na mente das pessoas, ganham corpo em meio à população de diversos países, às vezes por motivos distintos, dependendo de cada realidade. 

Há países que o povo também sabe por qual motivo a prática é adotada. Em especial quando o país quer se tornar potência mundial. Ter outras nações subjugadas aos seus moldes, neste caso, é um avanço. Maquiavélico, ganancioso, pretencioso, intrépido, mas, com um objetivo nacional. Em outros casos, o subordinado que pensa no seu alcance individual ou apenas no do seu grupo, sacrifica um país inteiro às práticas de colecionar erros e empurrá-los para debaixo do tapete.

Não é difícil perceber que em nosso meio, o obscurantismo está na moda e, considerando que o povo gosta de modismos, nao saber História, Geografia, não comnsiderar os conhecimentos da ciência ou não ter conehcimentos de qualquer outra área e defender a corrupção da Lei - dependendo de qual político ou partido você está defendendo - também é moda. Dá vez, muito mais à emoção, falando e escrevendo sem pensar, exaltando a própria vontade, que tem base e enxerga apenas pouco espaço após a ponta do nariz, nos dias de hoje, tem levado muita gente a adotar práticas dessa moda. 

Na minha visão, o tal do "opinar de forma politicamente INCORRETA", só para não se mostrar "politicamente CORRETO", como se errar fosse uma vantagem grande tem virado pauta para muitos buscarem ascensão nas redes sociais, espaço fértil para o plantio de qualquer erva, seja boa ou daninha. E isto não é por acaso, a maioria dos que fazem estão sendo levados por uma onda IDEOLÓGICA perigosa que não se sabe medir até onde nos levará. Esta é a pior parte, porque todos nós acabamos nos envolvendo, uma hora ou outra nos resultados dessa também "pandemia". 

Vê-se tudo isso com relação à COVID-19. 

Temos à nossa frente ou atrás, do nosso lado esquerdo ou direito, uma doença provocada por um vírus que, infelizmente, a ciência, que trabalha com critérios metodológicos, ainda náo tem respostas sobre a mesma. Até aqui (tenho lido a literatura científica sobre), o que se sabe é: uma doença causada por vírus, o Coronavírus, o mesmo da gripe, mas numa versão que pssou por multação, de contágio rápido em grande escala em pouco tempo e com uma letalidade superior a todos os outros de sua mesma espécie.  Não há medicamentos específicos para a sua cura e nem vacina. Só estudos em andamento. 

É uma patologia ainda em estudo, sem muitos resultados positivos com relação ao controle, está no mundo inteiro, não é só no Brasil, o que permite usar o termo "pandemia" para a sua intensa presença na Terra. O Ocidente e o Oriente estão em completa vigilância e a ciência trabalhando. A única certeza é que, isolar-se, evitar "ajuntamento de gente" é uma forma de evitar a sua expansão. 

No mundo todo já matou milhares de pessoas. Os números atuais são de 2.486.964 (dois milhões, quatrocentos e oitenta e seis mil e nocentos e sessenta e quatro) pessoas infectadas; são 170.507 (cento e setenta mil e quinhentos e sete) mortos. Pessoas que conseguiram, provalvelmente por causa de sua situação imunológica (não porque tomou um remédio) serem curadas somam 653.798 (seissentos e cinquenta e três mil e setecentos e noventa e oito). Mas, não se tem conhecimento, ainda, se estão imunizadas, como é mais comum acontecer nas doenças causadas por vírus. 

No Brasil, as mortes beiram o número de  3.000 (três mil), são 2.741 (dois mil setecentos e quarenta e um) mortos por covid-19 de 43.079 (quarenta e três mil e setenta e nove) casos confirmados. Situações preocupantes sobre a doença em alguns estados, como Amazonas, mais especificamente na capital Manaus, em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, por enquanto. Esperamos que não piore e que não se expanda para outras unidades da federação. 

Mesmo assim, com tantas pessoas que, seguramente, não teriam morrido se não fosse a chegada da doença, há quem prefira enveredar pelo tal OBSCURANTISMO, negando os estudos científicos, os resultados e os não-resultados obtidos. E o pior, a maioria absoluta dessas pessoas que negam tais evidências científicas se encaixam muito bem no caráter vergonhoso da expressão tão desonesta quanto corruputa do "esconder é melhor", com evidências publicizadas em discursos de políticos que estão no poder. Claro, com intenções nada boas com relação ao cuidado que um governante deve ter com o povo da nação. 

Não se trata de negar a importância de cuidados às necessidades básicas do cidadão: o trabalho e a segurança alimentar, que são usados como argumentos para negar a necessidade de o povo ficar em casa quando puder, isto é, cumprir o ISOLAMENTO SOCIAL como única forma de conbater o ataque violento do Corona Vírus. Nunca ouvi de ninguém da área de saúde ou cientista dizer que todo mundo tem de ficar trancado em casa por meses, sem trabalhar e sem comer. Até porque a própria ciência tem a explicação para o resultado CATASTRÓFICO desta atitude. Mas, a ciência e as experiências óbvias vividas por cada um de nós também comprova que gente doente e morta não trabalha, o que seria também outra catástrofe. 

Conclui-se que, dependendo da realidade de cada indívíduo, o isolamento social é a medida mais correta: não ir para a rua sem necessidade, não abraçar, beijar ou ficar perto das pessoas porque há evidências de poder se contaminar e ter HIGIENE MÁXIMA com as mãos, a roupa, o corpo, com a comida, a bebida e buscar quais são os estudos mais recentes que a ciência disponibiliza, para se ter conhecimento sobre  a doença. Tudo isso é atitude que faz parte da defesa pessoal de cada um de nós e que não é Decrteto de governo que garante, mas a consciência individual que acaba por atingir o social. 

De forma alguma, esconder é o melhor!

Por Mônica Freitas




Em quem você confiaria mais: Luiz XIV ou Bolsonaro?


Ilustração na postagem no Facebook do professor. 


A análise é do professor DR. SEVERINO CABRAL FILHO, que escreve: 


Entre "a constituição sou eu", de Jair Bolsonaro, e "o Estado sou eu", de Luís XIV (1638-1715; reinou de 1643 a 1715), há diferenças de vários níveis. Discorrer sobre os dois personagens em seus devidos contextos históricos deixaria essa postagem demasiadamente longa, mas quero deixar claro que não há registro histórico que comprove que Luís XIV tenha proferido a famosa frase. Tentarei ser sintético.
Nós, brasileiros, fazemos piada de tudo. E muitos de nós aproveitamos essa 'deixa' para associar os devaneios imperiais de Bolsonaro com a experiência histórica do Absolutismo francês sob Luís XIV.

Mas não se deve brincar com a História. Não há como comparar Bolsonaro a Luís XIV a não ser como piada de mau gosto.

Luís é tido e havido pelos historiadores como o arquétipo do rei absolutista: esclarecido; amante da guerra e das artes: guerreiro e bailarino ao mesmo tempo; hábil administrador e estrategista. Muito vaidoso (quem não seria em sua posição?), mas também político habilidoso, o "rei Sol" foi o primeiro monarca moderno a ordenar a construção de sua imagem pública usando para tanto todos os meios midiáticos e artísticos disponíveis em seu tempo - no que foi imitado pelos seus rivais na Europa e fora dela -, conforme o excelente livro "A fabricação do rei: a construção da imagem pública de Luís XIV", do historiador Peter Burke.

Luís elevou a França, suas riquezas, sua educação, sua arte, sua cultura, as relações entre Estado e sociedade; mandou edificar obras eternas, verdadeiros patrimônios culturais do Mundo (basta citar o Palácio de Versailles como referência); um mestre na auto propaganda. Como era ainda comum à época, Luís XIV massacrou impiedosamente os seus inimigos. No entanto, Luís XIV não podia tudo, como às vezes deixa transparecer a ideia de "rei absolutista".

Perry Anderson, um dos mais destacados historiadores do século XX, escreveu "Linhagens do Estado Absolutista", livro que é considerado pela crítica historiográfica uma das melhores obras acerca do absolutismo ocidental. Aqui, Anderson apresenta, cristalinamente, quais os limites do Absolutismo e, portanto, do rei absolutista: "A monarquia absoluta no Ocidente esteve sempre, de fato, duplamente limitada: pela persistência de corpos políticos tradicionais abaixo dela e pela presença de um direito arqui-moral acima dela", ou seja, as cortes (ou os parlamentos) e o sistema de justiça à época impediam que a vontade absoluta, pessoal, do rei, desconsiderando os interesses do Estado, se realizasse em detrimento da sociedade. Trata-se, pois, de um absolutismo mais retórico que real.

Vamos a Jair Bolsonaro. Militar de carreira, chegou à patente de capitão do Exército brasileiro, de cuja força foi convidado a se retirar por "práticas incompatíveis com a honra militar" (essa é uma das razões mais recorrentemente lembradas, de acordo com o seu rumoroso processo de expulsão da Força onde, por razões pouco claras, o capitão, ao invés de ser expulso, acabou sendo compulsoriamente reformado). 

Um mau militar, de acordo com a avaliação insuspeita do ex-presidente da República General de Exército Ernesto Geisel.

Um deputado federal que, em quase três décadas de sucessivos mandatos, jamais fez ou propôs algo relevante para o País. Baixíssimo clero, uma piada entre os seus pares.
Foi eleito presidente da República numa circunstância completamente atípica (pano para mangas de muitas dissertações e teses).

Defende, abertamente, a tortura e os torturadores. Sugeriu uma ditadura que matasse pelo menos 30 mil brasileiros. É alucinado por armas de fogo.

Tem feito uma "gestão" do Estado brasileiro cuja política externa está completamente submetida aos interesses dos EUA sem qualquer contrapartida, sem que se observe o princípio da reciprocidade entre as nações, como sugerem as boas práticas diplomáticas contemporâneas.

Incapaz de um discurso articulado, manifesta-se, prioritariamente, por meio de redes sociais, onde é apoiado por pessoas reais, zumbis e robôs. Odeia a crítica de qualquer matiz. Não é um homem confiável; os seus apoiadores de primeira hora e que se viram defenestrados do seu governo e de suas relações que o digam.

Despreza a ciência e os cientistas, com quem briga quase todos os dias. Nutre um ódio indisfarçável pela universidade pública. Nutre um ódio indisfarçável pelo conhecimento. É homofóbico, já revelou-se racista e misógino. Há indícios de fortes ligações suas e dos seus filhos com as milícias do Rio de Janeiro.

Agora, durante a pandemia do Coronavírus, tal qual um genocida, coloca a população brasileira sob grande risco ao desprezar as práticas preventivas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde; práticas adotadas por quase todos os governantes da Terra.

Ele rebela-se contra os poderes constitucionais. Declara guerra diária ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal.

Sim, Bolsonaro proferiu a frase "a constituição sou eu". Uma lástima!


Dr. Severino Cabral Filho - Universidade Federal de Campina Grande(UFCG)