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terça-feira, 12 de maio de 2015

Estudantes universitários de Apodi quebram o silêncio e dão aula de cidadania na rua

A tarde desta segunda feira (11) certamente ficará guardada na memória de muitos estudantes universitários  e famílias destes para toda a vida. Sem ônibus para ir até a cidade de Mossoró desde o final do ano letivo de 2014 até o presente momento, eles organizaram um movimento no horário em que costumam sair para a faculdade a fim de sensibilizar o prefeito municipal Flaviano Monteiro para que o mesmo tenha pressa em resolver o problema do transporte, uma vez que o poder público, ao invés disso tem demonstrado desinteresse com relação a esse problema. 

Durante a manifestação, muitos recados estavam estampados em cartazes, adesivos pregados nas camisetas e em letras de músicas tocadas em um serviço de som. 






Fotos: Mônica Freitas 

Pais, mães e amigos também estiveram presentes na movimentação, dando apoio ao recado dado ao prefeito municipal, já que o transporte gratuito ou com a ajuda mínima dos estudantes, que é algo costumeiro desde os tempos que o próprio Flaviano estudou seu curso universitário, pela primeira vez na história de Apodi foi suspenso e parece ser por tempo indeterminado. 


Imagem capturada em tela de vídeo 


Durante o protesto, um áudio com um discurso do prefeito quando foi candidato em 2012 era tocado, relembrando as críticas feitas pelo referido à gestão da época e prometendo melhorias no transporte universitário, devido já haver uma realidade em que os estudantes tinham que pagar uma certa quantia para ir todas as noites aos estabelecimentos de ensino superior. 




A audição do discurso, fez-me lembrar parte de um poema de Cecília Meireles: 

"Ai, palavras, ai palavras,

que estranha potência, a vossa!

Ai, palavras, ai palavras,

sois o vento, ides no vento,
e, em tão rápida existência,
tudo se forma e transforma!"


Aliás, por perceber a sonoridade estabelecida pela poetisa usando as palavras forma (primitiva) e transforma (derivada), me vem à mente uma imagem que pode ser definida como a mais forte da movimentação, quando um dos estudantes queima, em praça pública um cartaz com a palavra TRANSFORMAÇÃO. 

Foto: Monica Freitas 

A referida imagem resume em simbologia um programa criado pela prefeitura e que segundo seus elaboradores tem a finalidade de amparar o estudantes universitários com a gratuidade do transporte. Há poucos dias, por força de argumentação dos seus próprios criadores, descobriu-se que este programa, denominado de TRASNSformação, não se tratava de uma Lei que garantisse gratuidade ao transporte estudantil, como fora divulgado, mas de apenas um autorização para a prefeitura investir nesse tipo de ação, já que não existe leis que amparem o benefício. 

A verdade é que, enquanto a novela do transporte se propaga ao longo do ano, as famílias dos universitários (a maioria compostas por pessoas humildes) se desdobram para ter todos os dias cerca de R$10,00 (dez reais) para que seus filhos continuem o curso universitário. Este valor, no final do mês corresponde a cerca de R$ 220 (duzentos e vinte reais) mensais, fora o que a pessoa precisa para se alimentar.

Muitos têm desistido, cancelado matrículas, jogado de lado o sonho da formação por conta de não dispor deste valor durante o mês. Como mãe de universitária, e por não dispor de TANTO DINHEIRO, como muitos imaginam que os pais tenham para garantir esse valor apoio o movimento estudantil em prol do transporte. E aviso desde já aos DEFENSORES DO INDEFENSÁVEL: minhas palavras nada têm a ver com qualquer argumentação a favor de gestão passada, "repassada" ou contra gestão presente ou futura. Trata-se de um apoio em defesa do que é justo, do que pode ser no mínimo definido como uma atitude de SENSIBILIDADE das gestões apodienses, que é isto que representa o transporte universitário historicamente desde o primeiro prefeito que comprou um ônibus e entregou a município para tal fim, Valdemiro Viana. 

Muitas pessoas já foram nomeadas como culpadas, fatos são expostos como motivos, mas nenhum deles apaga a ideia de que há na verdade uma QUEDA DE BRAÇO, nem que seja imaginária, da gestão com os estudantes, pois acreditam que toda reclamação feita em Apodi é encabeçada por um partido de oposição. QUANDO NEM SEMPRE ACONTECE, mas pode se transformar nisto, se o gestor insistir em agir da forma como está agindo. Na movimentação, ninguém tocou nisso, os estudantes protestaram com CIDADANIA. Isto foi o que mais ficou claro.  

E SENSIBILIDADE prefeito, é algo que somente funciona quando é manifestada juntamente com outra palavra, a HUMILDADE, e esta tem faltado não somente como palavra dita, mas como fenômeno da alma humana nesta gestão, que é feita por humanos, acredito. Talvez esse seja o único erro existente para que mesmo não existindo, apareçam tantos erros administrativos. 

Por Mônica Freitas 


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