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sábado, 8 de agosto de 2015

Tapuias de Apodi viram título de matéria em site da Secretaria Estadual de Cultura


No dia 23 de julho estiveram, a presidente do Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi Lúcia Tavares e a vice-presidente Mônica Freitas, na Fundação José Augusto, na capital do Estado Natal. A finalidade foi estudar a possibilidade de participar de um prêmio nacional voltado para a cultura indígena. Naquele momento, a equipe de comunicação da Secretaria de Cultura esteve presente à reunião e fez entrevistas com as duas representantes do povo indígena pertencente à nação da tapuia paiacu do Apodi. E, ao conversar com Lúcia, algumas histórias referentes aos episódios que ocorrem em Apodi, por falta de informação referente à real história da tribo indígena que ali habitava e deixou certamente a herança genética foram contadas. Uma delas serviu de inspiração para a referida equipe da Fundação José Augusto levar a público informações sobre o CHCTPLA. 

A matéria foi divulgada no site da Secretária extraordinária de cultura. Acesse aqui

O conteúdo da matéria é apresentado a partir de uma fotografia da índia Lúcia Tavares, seguido de uma história que ocorreu co sua neta em uma escola de Apodi por causa da luta da presidente do CHTPLA em tornar públicas informações mais profundas acerca dos primeiros habitantes de Apodi. 




Lúcia Maria Tavares - Presidente do CHCTPLA

Eis o conteúdo da matéria

"Em Apodi, no interior do Rio Grande do Norte, Gabriela, de 15 anos, disse em sala de aula que o livro de História estava mentindo. Brigou com o professor, perdeu ponto na média e os pais foram chamados à escola. O caso se deu porque Gabriela não pode acreditar que no seu estado não existem índios. Sua avó, Lúcia Maria Tavares, é tapuia e organiza um museu sobre a extinta comunidade a qual pertence sua ascendência. É Lúcia quem conta o que aconteceu com a neta. E também com os seus avós.

Foi por esse desejo de falar sobre o passado e se reafirmar indígena que ela chegou à Fundação José Augusto acompanhada da conterrânea Mônica Freitas. As duas querem institucionalizar a história desse povo, começando com o Museu Luiza Cantofa, em homenagem à pajé morta em 1825 por ter incentivado revolta anos antes com João do Pego.

Por meio do edital da Funarte Povos Indígenas, elas querem instalar o museu, com peças líticas que estão sendo reunidas entre as 40 famílias que pertencem à Associação Tapuia Taiacu da Lagoa do Apodi.

“Nosso objetivo é preservação da Cultura. Queremos assegurar um local para as peças do acervo”, explica Mônica, ressaltando a importância da afirmação dos povos indígenas, que continuam exilados.

“Cada peça que a gente encontra quer dizer ‘estivemos aqui, nosso povo não morre’. Tem gente que não quer vir para as reuniões na cidade porque diz até hoje que os brancos vão fazer com eles o mesmo que fizeram a Luiza Cantofa”, diz Lúcia, que luta pela reconstrução da identidade do povo que perdeu terras e esqueceu sua própria língua.
“A comunidade foi desfeita com a colonização. Quem ficasse lá morria. Por isso fugiram e se dispersaram. E se eles falassem o idioma eram presos”, esclarece, explicando que dessa forma, os que voltaram viviam refugiados e não queriam ser identificados como indígenas". (quem escreveu e assina a matéria é ISABELA SANTOS. 

Em nome dos que estão ainda vivos, nós tapuias sabemos da nossa existência e isso não é de agora. Desde criança escuto meu pai e algumas pessoas mais velhas lá da comunidade de Bico Torto afirmarem que somos de origem indígena, assim como Lúcia Tavares tem as fontes de sua afirmação enquanto índia, todos que estão associados ao CHCTPLA, cada um deles tem a sua história de origem indígena, muitos até guardam episódios tristes de massacre, preconceito e exclusão em suas memórias. Todas essas histórias, a partir da legalidade constitucional que nos é dada não mais ficarão guardadas apenas nas memórias dos que são chamados de "remanescentes" e que na verdade carregam nas veias o sangue tapuia. São histórias que começam a ser registradas com a criação do nosso Centro e reafirmadas com a construção do museu Luiza Cantofa. 

Por Mônica Freitas. 

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