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A despeito da opinião de certa autoridade, nós temos muitas dívidas ao longo da história. Dívida para com os índios, os negros, os homossexuais, os especiais, os cadeirantes. A lista é imensa.
Mas, talvez, nossa maior dívida seja mesmo com as mulheres. Dívida alta, séria e difícil de pagar, porque só aumenta.
Nós devemos às mulheres o reconhecimento de ser parte fundamental da existência humana.
Nós devemos a elas, a desculpa bíblica de tê-las julgado como culpadas pelo pecado.
Nós lhes devemos o direito de serem iguais como cidadãs.
Devemos-lhes a oportunidade de fazer o que quiserem como qualquer homem pode fazer, sem serem apontadas como putas ou vagabundas ou sem vergonhas.
Nós devemos a elas o direito de gritarem seu feminismo sem serem julgadas como as donas do mi mi mi.
Devemos a elas o respeito e a reverência que merecem por serem mães, irmãs, esposas, amigas dedicadas e incansáveis, aguentando todo machismo e covardia de um sexo dito forte (e até do dito frágil também).
Nós lhes devemos as desculpas por tudo já praticado e que não deixa de ser, quando aquele político fala de uma "fraquejada", ou quando o marido espanca a "sua" esposa, ou quando o boyzinho estupra a "safada de roupa curta que estava se oferecendo".
Nós somos seus devedores por termos criado uma sociedade tão machista, que até muitas delas mesmas se acham culpadas, quando na verdade são as vítimas.
É triste que ainda hoje nos deparemos diariamente com os mais absurdos casos de humilhações, agressões e assassinatos de mulheres. E que esses casos não choquem e nem toquem os corações daqueles que não choram.
Talvez sejam justamente lágrimas que nos faltam para lavar nossas vistas e enxergarmos que somos todos Eva, Maria, Sara, Rita, Madalena, Joana, Alice, Sandra, Amanda, Marielle...
Professor Simoneto Paiva
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