Se sairmos à rua entrevistando cada brasileiro sobre "corrupção política", cada um que responde terá um nome a apontar. Talvez Lula, Temer, Cunha, etc. etc. etc. Mas, quantos de nós se dispõe a dizer que faríamos o mesmo se estivéssemos alcançado o posto de um desses? Muitos, tenho certeza porque já ouvi alguns dizerem que "FARIAM O MESMO". E se fariam, a discussão só pode se limitar em defender o seu candidato ou seu político preferido. Desconfio que seja isto que ocorre no Brasil.
Acessar redes sociais é o primeiro exemplo prático de que nosso povo apoia a corrupção. Muitas das discussões empreendidas, das notícias divulgadas, dos fatos demonstrados são simplesmente com o objetivo de 'refazer' a imagem de um fulano qualquer para concorrer a eleição em 2018. Sim, falo fulano qualquer porque quase todos são já veteranos na política. Pessoas que fizeram a vida com o discurso político e a eleição. E poucos, mas poucos mesmo têm o que dizer quando se trata de ter feito alguma coisa em benefício do povo.
Em um momento que se necessita, prioritariamente, discutir sobre o perfil do candidato para presidente, governo de Estado e para o poder legislativo nacional e estadual, que a situação atual é uma vergonha, adianta-se a discussão para temas que nem se tem um direcionamento ainda preciso para resolver os problemas. Não que isso não possa ser discutido, claro que é necessário. Mas, estamos deixando de lado a discussão sobre selecionar, não um partido (porque todos têm um "q" de podridão, precisam passar por uma limpeza), mas uma PESSOA, com certo perfil, adequado, que dê conta de olhar com mais profundidade para os problemas que nos afligem, sem apontar soluções imediatistas. Atentamos para a compreensão de que, tantos problemas profundos, alimentados em séculos (não é coisa de anos), precisam ser tratados com cuidado. E certamente não terão soluções imediatas.
É de Educação, Saúde, Segurança social que falo. Não falo aqui de problemas que se relacionam com a ambição do mais rico se tornar mais rico ainda, nem do que é militar ter seu anseio de poder matar a torto e a direito porque se acha competente para isso ao ocupar um posto na segurança nacional. Também não falo das crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos que já têm acesso a boas escolas, planos de saúde que garantem um atendimento adequado. Nem dos que moram em apartamentos situados em condomínios de segurança máxima e que quando saem de casa estão rodeados de seguranças em carros que às vezes são até blindados.
Falo aqui, dos que estão na rua. Sim. Daqueles que trabalham muito e ganham pouco. Falo de todas as pessoas que são vulneráveis aos problemas sociais que assolam o nosso cotidiano: a falta de cumprimento às leis da segurança, de atendimento à escola de qualidade, de cumprimento à legislação do SUS, de tantas outras políticas que estão postas em Lei, mas não são efetivamente cumpridas. E para mim, isto é o que tem afetado profundamente o nosso estado social.
E por fim, falo de tudo isso porque sei que todos esses políticos velhos, que hoje incentivam a guerra do povo, querendo dividi-lo, estimulando a discussão entre direita e esquerda, entre partido A com partido B, de candidato este com aquele, excluindo da discussão o apontamento de que eles já fazem parte da política há anos e nada fizeram até aqui, são personagens que saíram do seio da nossa sociedade. A maior tristeza é detectar que foi do NOSSO MEIO que eles saíram. Então, quem de nós se atreve a refletir que somos nós os corruptos? Que primeiramente NÓS, precisamos mudar? Que esse sonho de um país sem CORRUPÇÃO,só pode se realizar se nós tivermos a marca da HONESTIDADE?
Atentemos!
O caráter de uma nação saudável se faz pelo perfil do seu povo.
Por Mônica Freitas
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