Em um artigo intitulado: UM
IMPRESCINDÍVEL MARCO REGULATÓRIO PARA O POTENCIAL HÍDRICO DO APODI, o advogado
Marcos Pinto faz menção de que se regularize nosso potencial hídrico.
É incontestável e atual a
corriqueira afirmativa de que a minha amada terrinha Apodi é a
"Capital da Água" do estado. A assertiva prende-se às qualidades de
pureza da água, beirando o grau da nossa apreciada água mineral, bem como ao
fato de que está sendo o principal polo fornecedor do precioso líquido, para quase
todas as cidades do médio e alto Oeste potiguar. Ao mesmo tempo que nós
apodienses inflamos o peito, com justificado orgulho, por sermos detentor desse
importante perfil aquífero, ficamos entregues a uma silente concepção no que
consiste a interrogação da nossa estranha esquiva em gerirmos com competência e
sobriedade técnica o nosso reconhecido e tão louvado potencial hídrico.
Espanta-nos o fato de que, conforme dados extra-oficiais, cerca de 150
caminhões-pipa saem, diariamente, abastecidos com a apreciada água apodiense
para abastecer e sanear a escassez da água de cidades localizadas nas regiões
do médio-oeste e alto Oste potiguar.
Diante a incontestável realidade de que estamos
vivendo um triênio das famosas "secas-verdes" - que são aquelas em
que há uma formação de pastagens para consumo dos nossos animais, porém, sem
enchimento de nossos açudes, barreiros e lagoas, não há como negar que nosso
orgulho bairrista da ostentação de nosso potencial hídrico está literalmente
"banhando" nosso amado rincão com um indiferentismo doentio, que se
espraia com raios de luz perseguindo a escuridão de nossa ignorância. Essa
injustificada indiferença é aproveitada pelo oportunismo dos vendedores da
nossa água. Simplesmente perfuram pequenos poços artesianos, onde alcançam o
lençol freático em pouca profundidade, cerca de 150/200 metros, e passam a
venderem, de forma aleatória e sem controle, somente ávidos em auferirem
recursos econômicos, sem a necessária preocupação e precaução para um iminente
exaurimento do lençol freático.
É preciso que, não somente nós apodienses, mas
todas as autoridades constituídas do estado e do país, atentem para esse
consumo não-controlado do nosso conhecido Aquífero-Assu, uma vez que a sua
principal fonte de recarga que é a nossa Mãe-Lagoa de Apodi está totalmente
seca, por omissão voluntariosa das ex-governadoras Wilma de Faria e Rosalba
Ciarlini, bem como dos prefeitos Pinheiro, Gorete Pinto e o atual Flaviano
Monteiro, que não envidaram esforços no sentido de reconstruírem a ombreira
direita da barragem construída no leito do rio Apodi,destruída na enchente do
ano 2008. Essa pequena barragem faz o represamento da água oriunda da comporta
aberta da barragem Santa Cruz, que com o refluxo abastece a lagoa via comportas
da ponte da Br-405.
Barragem de Santa Cruz Foto: Blog da Thaysa Galvão |
Somente em Dezembro de 2014 é que houve um grito
de protesto pela calamitosa situação da lagoa de Apodi, quando a Colônia de
Pescadores Z-48 por seu profícuo presidente fez a apresentação de projeto para
representantes do governo do estado/ Secretaria de Recursos hídricos e
sociedade apodiense, contendo números, custos e dificuldades para a recuperação
da referenciada barragem.
O que ocorre é a falta de conhecimento e
conscientização de nossas reais potencialidades hídricas, como componente da
área do famoso Aquífero-Assu. Há que nos preocuparmos com a iminente queda no
nível do nosso lençol freático. É preciso que o Sr. Prefeito do município de
Apodi envie, de forma célere, um Decreto-Normativo à Câmara Municipal
estabelecendo um marco regulatório quanto ao consumo e venda do nosso
indispensável líquido, inclusive fixando a cobrança de Royalties para
consumidores e compradores via carros-pipa. Assim penso e tenho dito.
Por Marcos Pinto. (25.05.2015).
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