A mulher vítima de violência sabe muito bem o significado desta para a sua vida, e certamente, jamais verá o tema da redação do ENEM como doutrinação, como disseram "parlamentares", que deveriam não olhar para a guerra que disseminam em torno de suas ambições, sejam elas específicas a seus grupos e contextos, individuais ou partidárias, e se posicionarem a favor do bem-estar comum de uma população que tem sofrido os excessos de um pensamento machista e cruel.
Maria da Penha, hoje com 70 anos de idade, não é ativista ao movimento contra a atitude violenta do homem contra a mulher atoa. Ela ficou paraplégica, devido aos atos violentos cometidos por um daqueles que se dizem, na maioria das vezes, superiores às mulheres.
Imagem extraída do G1. |
Neste domingo 25 de outubro de 2015, enquanto 5,7 milhões de candidatos do ENEM redigiam, uma redação com base na lei que leva seu nome, a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes era uma das cinco pessoas homenageadas no centenário da Editora Paulinas, no Recife. Foi durante esse evento que ela descobriu o tema da prova de redação do Enem 2015, da boca de uma das candidatas da prova. Maria da Penha assim conta:
Uma menina que tinha feito o Enem se aproximou de mim, pediu uma foto e falou: 'a senhora soube que a redação foi sobre a Lei Maria da Penha? [...] Fiquei feliz, o tema realmente está na boca do povo agora. Plantou uma semente".
Foi assim que explicou Maria, que é de Fortaleza e, em 1983, ficou paraplégica depois de seu marido tentar assassiná-la com um tiro nas costas, enquanto ela dormia. O agressor foi condenado, mas foi solto depois de cumprir parte da pena. Hoje está livre. Assim como ocorre com a maioria dos homens que cometem este crime.
Torcemos para que realmente, a polêmica gerada em redes sociais acerca do tema da redação, quando muitos definiram como "doutrinário" em um contexto de elevadas taxas de homicídios e crimes que se qualificam dentro da Lei Maria da Penha, seja uma semente plantada que brote e produza muitos frutos, levando os homens brasileiros a pensarem melhor sobre os conceitos, atitudes e condutas que tomam frente aos problemas que enfrentam em seus relacionamentos com as mulheres.
Por Mônica Freitas
Informações adaptadas do G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Identifique-se e comente. Os comentários serão analisados e, conforme critérios atendidos, publicados.